Infecção por staphylococcus epidermidis em stents de nitinol revestidos com PTFEe ou Dacron® na aorta de suínos

Abstract

O tratamento endovascular com a utilização de stents e endopróteses revestidas tem aumentado de forma significativa e vários relatos de infecção de stents revestidos são encontrados na literatura, tornando-se uma importante complicação do tratamento endovascular. Algumas cepas de Staphylococcus epidermidis produtoras de biofilmes podem colonizar e infectar esses dispositivos implantados no sistema vascular. Foi realizado um estudo experimental randomizado para avaliar a infecção na aorta de suínos após implante de stents de nitinol revestidos com PTFEe ou Dacron®, contaminados com uma cepa de Staphylococcus epidermidis produtora de biofilme. Através de acesso extra-peritoneal, 19 suínos foram submetidos a implante de stents de nitinol, 10 revestidos com PTFEe e 09 com Dacron®, previamente contaminados com Staphylococcus epidermidis. Após duas semanas as aortas com os stents foram retiradas, seccionadas onde foi verificada a perviedade. O complexo aorta-stent foi agitado em vórtex e ultra-som, para remoção do biofilme e análise microbiológica quantitativa com avaliação do número de unidades formadoras de colônias. Os tecidos das bordas proximais e distais foram analisados por histopatologia. Os dados foram analisados estatisticamente em programa SPSS for windows 15.0. Não houve diferença estatística significativa entre os tipos de stents revestidos, em relação aos números de unidades formadoras de colônias e reação inflamatória na parede arterial. Todos os complexos aorta-stent apresentaram cultura positiva para Staphylococcus epidermidis, exceto um complexo aorta-stent revestido com Dacron®, que apresentou cultura negativa. Dois suínos foram ao óbito, um com stent revestido com PTFEe devido a trombose do stent, e outro, revestido com Dacron®, no trans-operatório por perfuração aórtica. Todos os demais stents estavam pérvios no final do experimento. Não houve diferença entre os stents de nitinol revestidos com PTFEe ou Dacron®, na infecção de aorta de suínos por Staphylococcus epidermidis.

Endovascular treatments using coated endoprostheses have become significantly more frequent. Several studies found infection on coated and non-coated stents, an important complication of endovascular treatment. Some Staphylococcus epidermidis strains may produce biofilm and infect vascular implants. To evaluate infection in swine aorta after implanting PTFEe- or Dacron®-coated nitinol stents previously infected with a biofilm-producing strain of Staphylococcus epidermidis. Using an extra peritoneal access, 19 pigs received PTFEe-coated nitinol stent implants, and 9, Dacron®-coated stents, all previously infected with a biofilm-producing strain of Staphylococcus epidermidis. Two weeks later, aortas with stents were removed and sectioned, and their patency was evaluated. The aorta-stent specimens were vortex mixed and exposed to ultrasound to remove the biofilm; a quantitative microbiological analysis was performed, and the number of colony forming units was determined. The proximal and distal border tissues underwent histopathological examination. The SPSS program for Windows 15.0 was used for statistical analysis. No significant statistical differences were found between the types of coated stents in number of colony forming units or inflammatory response of arterial walls. All aorta-stent samples were positive for Staphylococcus epidermidis, except one that was coated with Dacron®. Two sows died before the end of the experiment; one had a PTFEe-coated stent and died due to stent thrombosis; the other had a Dacron®-coated stent and died during operation because of arterial perforation. All the other stents were patent at the end of the experiment. No significant differences were found between PTFEe- and Dacron®- coated nitinol stents in infection of the swine aorta with Staphylococcus epidermidis.