Sarau Sopapo Poético - Ponto Negro da Poesia : fios de prata conectando a negritude em Porto Alegre
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Data
2018Autor
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
O Sarau Sopapo Poético – Ponto Negro da Poesia (SSP) é um sarau negro, realizado mensalmente em Porto Alegre/RS, sempre na última terça-feira do mês. A partir dos encontros do SSP, pretendeu-se investigar os processos de produção de subjetividade para os sujeitos negros, identificando os elementos constituintes e os sentidos atribuídos a eles no sarau. Para a leitura dos processos de produção disparados no sarau, foram utilizados conceitos da Esquizoanálise, da Psicologia Negra e Relações Racia ...
O Sarau Sopapo Poético – Ponto Negro da Poesia (SSP) é um sarau negro, realizado mensalmente em Porto Alegre/RS, sempre na última terça-feira do mês. A partir dos encontros do SSP, pretendeu-se investigar os processos de produção de subjetividade para os sujeitos negros, identificando os elementos constituintes e os sentidos atribuídos a eles no sarau. Para a leitura dos processos de produção disparados no sarau, foram utilizados conceitos da Esquizoanálise, da Psicologia Negra e Relações Raciais. A metodologia utilizada foi a cartografia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, incluindo sete (7) entrevistas individuais e roda de conversa com dezessete (17) participantes, entre frequentadores e organizadores do sarau, e observações participantes (de 2 saraus, nos meses de março e abril de 2018), além de conversas informais. Após a execução da pesquisa, elementos da cartografia foram sendo localizados na geografia do SSP. Segundo os entrevistados, a negritude está no cerne do território existencial, permeada pela arte negra de resistência – com protagonismo da poesia e música negras – e a ancestralidade (informada pelas regiões de matriz africana), ocupando um importante território negro para a comunidade: o Centro de Referência do Negro Nilo Feijó. Os participantes do sarau construíram conceitos próprios para esses elementos. Por fim, constatou-se que o SSP configura um ponto de encontro às pessoas negras da cidade, constrói um território existencial de potência e produção de vida, que informa e potencializa a negritude, dos pequenos aos mais velhos. O protagonismo das mulheres negras confere ao espaço um tom de matriarcalidade. Percebeu-se também que, embora, o SSP seja reconhecido como um espaço de acolhimento para as pessoas negras, há uma linha comum entre os frequentadores do sarau. E não há uma consistente afirmação de diferenças, por exemplo, em se tratando de classes sociais e/ou questões de gênero e sexualidade. Provavelmente esses fatores estão presentes, mas ainda não adquiriram voz. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Curso de Psicologia.
Coleções
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TCC Psicologia (447)
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