Síndrome pré-menstrual : associação com função sexual e qualidade do sono conforme fases do ciclo menstrual
dc.contributor.advisor | Wender, Maria Celeste Osório | pt_BR |
dc.contributor.author | Conzatti, Maiara | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2020-10-08T04:01:07Z | pt_BR |
dc.date.issued | 2020 | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10183/213999 | pt_BR |
dc.description.abstract | Introdução: A Síndrome Pré-Menstrual (SPM) é uma combinação de sintomas psicológicos, cognitivos, físicos e comportamentais observados na fase lútea tardia do ciclo menstrual. A SPM pode afetar as relações interpessoais, interações sociais, produtividade, estilo de vida, desempenho escolar e bem-estar emocional. Outros aspectos significativos da qualidade de vida são a saúde sexual, qualidade do sono e sonolência diurna excessiva; a associação da SPM com esses outros aspectos da qualidade de vida pode causar um sofrimento ainda maior. O objetivo do presente estudo foi analisar se há associação entre SPM e distúrbios do sono ou função sexual com a fase do ciclo e fatores sociodemográficos (e.g. idade, anos de estudo, paridade), de saúde (e.g. uso de contraceptivo oral cíclico) e antropométricos (e.g. índice de massa corporal). Método: Estudo transversal analítico foi realizado no Serviço de Atenção Primária e Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com mulheres com idade entre 18 e 45 anos. Os critérios de inclusão foram: ser mulher; idade entre 18 e 45 anos; apresentar ciclos menstruais regulares (24 a 35 dias); não ter recebido diagnóstico prévio ou atual de doenças mentais; não fazer uso de substâncias psicotrópicas; ser sexualmente ativa. Já os critérios de exclusão foram: gravidez ou irregularidade menstrual; diagnóstico de depressão pelo questionário ´Primary Care Evaluation of Mental Disorders´; responder “sem atividade sexual” no questionário ´Female Sexual Function Index´ (FSFI); iniciar uso de contracepção hormonal contínua; não preencher os instrumentos do estudo nas diferentes fases do ciclo menstrual. Foram coletados dados sobre características sociodemográficas, dados antropométricos e estilo de vida, e as participantes preencheram a versão brasileira do questionário FSFI, do ´PittsburghSleep Quality Index´(PSQI) e da ´Epworth Sleepiness Scale´ (ESE), tanto na fase lútea quanto na folicular. A versão brasileira do ´Premenstrual Symptoms Screen Tool´ foi utilizada para triagem da SPM; aquelas com uma triagem positiva inicial para PMS completaram o ´Daily Record of Severity of Problems´ para confirmar o diagnóstico de SPM. Resultados: A amostra inicial foi composta por 206 participantes que apresentaram prevalência de disfunção sexual de 42,1%, de baixa qualidade do sono de 59.9% e de sonolência excessiva diurna de 40.6%; a associação dessas disfunções com os parâmetros analisados foi evidenciada apenas entre pacientes com obesidade e alto grau de sonolência excessiva diurna. Das 121 mulheres, 69 foram diagnosticadas com SPM. Não houve diferença na prevalência de disfunção sexual feminina entre os grupos nas diferentes fases do ciclo. Realizando a equação de estimativa generalizada, não houve diferença entre as médias do FSFI nos grupos (p = 0,606) ou interação entre a fase do ciclo e o grupo (p = 0,956). Houve associação entre a fase lútea e piores escores no FSFI (p = 0,014); essa associação ocorreu também em alguns dos domínios da FSFI, a saber: excitação (p = 0,028), lubrificação (p = 0,014), orgasmo (p = 0,037) e dor (p = 0,001). As participantes com SPM relataram baixa qualidade do sono nas fases folicular e lútea com mais freqüência (63,8% com SPM x 36,5% sem SPM, p = 0,003; teste Qui-quadrado). O risco de má qualidade do sono foi duas vezes maior em mulheres com SPM em comparação às mulheres sem essa disfunção (OR = 3,057; IC95% 1,44-6,45). Também houve interação entre os grupos e os escores do PSQI (p <0,001). Em relação à sonolência diurna excessiva, não houve diferença na frequência do distúrbio entre os diferentes grupos na fase folicular (p = 0,236; teste do quiquadrado) ou lútea(p = 0,145; teste Qui-quadrado). Foi demonstrada interação entre ter maiores escores na ESE e SPM (p = 0,022; GEE ajustado para múltiplas comparações pelo teste de Bonferroni e para idade); além disso, pacientes sem SPM apresentaram menores escores na ESE na fase lútea (p = 0,012; GEE ajustado para múltiplas comparações pelo teste de Bonferroni e para idade). Conclusão: Apesar de demonstrado em estudos anteriores, não encontramos associação entre disfunção sexual e SPM. No entanto, notamos mudanças importantes na função sexual feminina durante a fase lútea, inclusive em mulheres sem SPM. Nossas descobertas reforçam a ideia de que, durante o período prémenstrual, as mulheres experimentam mudança na percepção sexual ou variações hormonais que podem ter um impacto na vida sexual. Além disso, encontramos associação entre SPM e má qualidade do sono avaliada pelo PSQI, semelhante a estudos anteriores. Além disso, demonstramos que mulheres com SPM apresentam escores de sonolência significativamente maiores e as sem SPM escores menores durante a fase lútea. Apesar disso, é de se considerar que as alterações de distúrbios do sono em pacientes com SPM pode não ser uma consequência da disfunção, mas um viés do impacto negativo associado aos sintomas prémenstruais. | pt_BR |
dc.description.abstract | Introduction: Premenstrual Syndrome (PMS) is a combination of psychological, cognitive, physical and behavioral symptoms, which is seen in the late luteal phase of the menstrual cycle. PMS can affect an individual's interpersonal relationships, social interactions, productivity, lifestyle, school performance and emotional well-being. Otherssignificant aspects of quality life are sexual health, sleep quality and excessive daytime sleepiness; the association of PMS with this aspects of quality life can cause even greater suffering. The purpose of the present study was to analyze whether there is an association between PMS and sleep disorders or sexual function with the menstrual cycle and sociodemographic (e.g. age, years of schooling, parity), health (e.g. use of cyclic oral contraceptive) and anthropometric (e.g. body mass index) factors. Method: Analytical cross-sectional study survey was conducted at the Primary Care Service and Clinical Research Center at Hospital de Clínicas de Porto Alegre with women aged between 18 and 45 years old. The inclusion criteria were: being a woman; age between 18 and 45 years; have regular menstrual cycles (24 to 35 days); not having received a previous or current diagnosis of mental illness; not using psychotropic substances; and being sexually active. The exclusion criteria were: pregnancy or menstrual irregularity; diagnosis of depression using the ´Primary Care Evaluation of Mental Disorders´ questionnaire; answer “no sexual activity” in the ´Female Sexual Function Index´ (FSFI) questionnaire; start continuous hormonal contraception; not filling out the study instruments at the different stages of the menstrual cycle. We collected data about sociodemographic characteristics, anthropometric data and lifestyle, and the participants filled out the Brazilian’s version of the 19-item female sexual function index (FSFI) questionnaire, Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) and the Epworth Sleepiness Scale (ESS) in both the luteal and follicular phases. We used the Brazilian’s version of Premenstrual Symptoms Screen Tool for the screening of PMS; and those with an initial positive screening for PMS completed the Daily Record of Severity of Problems to confirm PMS diagnosis. Results: The initial sample consisted of 206 participants who had a prevalence of sexual dysfunction of 42.1%, poor sleep quality of 59.9% and excessive daytime sleepiness of 40.6%; the association of these dysfunctions with the parameters analyzed was evident only among patients with obesity and a high degree of excessive daytime sleepiness. Of 121 women, 69 were diagnosed with PMS. There was no difference in the female sexual dysfunction (FSD) prevalence between groups in the different cycle phases. Performing generalized estimating equation, there was no difference between FSFI’s means in groups (p=0.606) or interaction between cycle phase and group (p=0.956). There was an association between luteal phase and worst scores on FSFI (p=0.014); this association occurred only in some FSFI domains such as arousal (p=0.028), lubrification (p=0.014), orgasm (p=0.037) and pain (p=0.001). The participants with PMS reported poor sleep quality in the follicular and luteal phases more frequently (63.8% with PMS x 36.5% without PMS, p = 0.003; Chi-Square test). The risk of poor sleep quality was two times higher in women with PMS compared to women without this dysfunction (OR=3.057; IC95% 1.44-6.45). There was also an interaction between groups and PSQI scores (p < 0.001). Regarding excessive daytime sleepiness, there was no difference in the frequency of the disorder between the different groups in the follicular (p = 0.236; chi-square test) or luteal (p = 0.145; Chi-square test) phase. An interaction was demonstrated between having higher scores on ESE and SPM (p = 0.022; GEE adjusted for multiple comparisons using the Bonferroni test and for age); in addition, patients without PMS had lower ESE scores in the luteal phase (p = 0.012; GEE adjusted for multiple comparisons using the Bonferroni test and for age). Conclusion: Despite being demonstrated in previous studies, we did not find an association between FSD and PMS. Nevertheless we noticed important changes in female sexual function during the luteal phase, including in women without PMS. Our findings strengthen the idea that, during the premenstrual period, women experience a change in sexual perception or hormonal variations which can have an impact in sexual life. Besides that, we found an association between PMS and poor sleep quality evaluated by PSQI, similar to previous studies. In addition, we demonstrated that women with PMS have significantly higher sleepiness scores and those without PMS lower scores during the luteal phase. Despite this, it is to be considered that changes in sleep disorders in patients with PMS may not be a consequence of the dysfunction, but a bias of the negative impact associated with premenstrual symptoms. | en |
dc.format.mimetype | application/pdf | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Open Access | en |
dc.subject | Síndrome pré-menstrual | pt_BR |
dc.subject | Premenstrual syndrome | en |
dc.subject | Premenstrual dysphoric disorder | en |
dc.subject | Transtorno disfórico pré-menstrual | pt_BR |
dc.subject | Qualidade de vida | pt_BR |
dc.subject | Quality of life | en |
dc.subject | Sexual health | en |
dc.subject | Saúde sexual | pt_BR |
dc.subject | Sleep | en |
dc.subject | Sono | pt_BR |
dc.subject | Sleepiness | en |
dc.title | Síndrome pré-menstrual : associação com função sexual e qualidade do sono conforme fases do ciclo menstrual | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.identifier.nrb | 001117965 | pt_BR |
dc.degree.grantor | Universidade Federal do Rio Grande do Sul | pt_BR |
dc.degree.department | Faculdade de Medicina | pt_BR |
dc.degree.program | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia | pt_BR |
dc.degree.local | Porto Alegre, BR-RS | pt_BR |
dc.degree.date | 2020 | pt_BR |
dc.degree.level | doutorado | pt_BR |
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Ciências da Saúde (9085)