Mostrar registro simples

dc.contributor.advisorFerreira, Maria Cristina Leandropt_BR
dc.contributor.authorSilva, Augusto Cesar Radde dapt_BR
dc.date.accessioned2020-07-08T03:42:43Zpt_BR
dc.date.issued2019pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/211500pt_BR
dc.description.abstractO corpo não é apenas biológico. Na concepção discursiva, ele é considerado como um objeto teórico e analítico, por meio do qual a subjetividade se inscreve para constituir os sentidos. Nesta tese, a Análise de discurso, cujos fundamentos foram forjados por Michel Pêcheux, articula-se à Psicanálise numa discussão que visa perceber as relações entre a ideologia, o inconsciente e a língua na constituição dos efeitos de sentido. O objeto de análise é o corpo da aids no funcionamento dos discursos da e sobre a saúde pública no Brasil. Para tanto, a metáfora e a metonímia são chamadas para compor a interpretação sobre a forma como sujeito infectado pelo HIV e os profissionais da saúde se subjetivam a respeito da saúde e da aids no interior das práticas realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Os discursos desses sujeitos foram produzidos por meio de entrevistas realizadas no setor de IST/Aids do Hospital Sanatório. Como forma de relacionar a teoria à análise é realizado um percurso que revisita três áreas do conhecimento: a Linguística, a Psicanálise e a Análise de Discurso. A partir das reflexões oriundas desses três campos do conhecimento, a língua e o corpo são articulados ao discurso na produção do sujeito e do sentido. A língua, entendida como o espaço para o equívoco e, da mesma, para a emergência da metáfora, é atada ao corpo pelo amor, o qual, de acordo com a leitura freudiana, representa uma maneira de conceber a ambivalência pulsional como constitutiva do funcionamento psíquico. Intimamente relacionada a esse funcionamento, a ideologia é exposta à falha, uma vez que, ao interpelar o indivíduo em sujeito, ela sofre a força da inscrição do inconsciente no sujeito, de forma que seu corpo oscile entre seus desejos, pela marca da sexualidade na constituição da subjetividade, e as determinações sócio-históricas. Da mesma forma, o prazer e o gozo, conforme Lacan, são trabalhados na constituição dos sentidos, articulados a concepções discursivas sobre o corpo. Como procedimento analítico, são mobilizadas as noções que permitem que se chegue à interpretação de que o SUS é um Aparelho Ideológico de Estado, no interior do qual a Formação Discursiva da Saúde Pública é delineada como o espaço discursivo que abriga distintas posições sujeito. Considerando a aids como um acontecimento discursivo no corpo, chega-se à concepção de um corpo rebelde, para designar o corpo do sujeito infectado pelo HIV, o qual fala, e sobre o qual se fala no âmbito da saúde pública, e expõe os atravessamentos de sentidos que o constituem. O corpo rebelde é articulado à sexualidade, sobre a qual se estabelecem os saberes relacionados à saúde e a doença desse corpo, de forma que, atado pelos registros do real, do simbólico e do imaginário, seu funcionamento discursivo produz metáforas de vida e de morte para dizer sobre aids e sobre a subjetividade do infectado.pt_BR
dc.description.abstractLe corps n'est pas seulement biologique. Dans la conception discursive, il est considéré comme un objet théorique et analytique, à travers lequel la subjectivité s'inscrive pour constituer les sens. Dans cette thèse, l’Analyse du discours, dont les fondements ont été forgés par Michel Pêcheux, s’articule avec la Psychanalyse dans une discussion visant à rendre compte des relations entre l’idéologie, l’inconscient et la langue dans la constitution des effets de signification. L’objet de l’analyse est le corps du SIDA dans le fonctionnement des discours de et sur la santé publique au Brésil. À cette fin, la métaphore et la métonymie sont appelées à composer l'interprétation sur la manière dont un individu infecté par le VIH et des professionnels de la santé se subjectivent par rapport à la santé et au SIDA dans le cadre des pratiques réalisées au sein du Système de Santé Unifié (SUS). Les discours de ces sujets ont été produits lors d'entretiens menés dans le secteur IST/SIDA de l'Hôpital Sanatorium. Comme forme d’associer la théorie à l’analyse, un parcours revisitant trois domaines de connaissance a été réalisé: la linguistique, la Psychanalyse et l’Analyse du discours. À partir des réflexions issues de ces trois domaines de la connaissance, la langue et le corps sont articulés au discours dans la production du sujet et du sens. La langue, comprise comme l’espace du malentendu et de l’émergence de la métaphore, est liée au corps par l’amour, ce qui, selon la lecture freudienne, représente un moyen de concevoir l’ambivalence pulsionnelle comme constitutive du fonctionnement psychique. Étroitement liée à ce fonctionnement, l'idéologie est exposée à l'échec car, lorsqu'elle interpelle l'individu en tant que sujet, elle subit la force de l'inscription de l'inconscient sur le sujet, de sorte que son corps oscille entre ses désirs, par la marque de la sexualité dans la constitution de la subjectivité, et les déterminations socio-historiques. De même, le plaisir et la jouissance, selon Lacan, sont travaillés sur la constitution des sens, articulés aux conceptions discursives du corps. En tant que procédure d'analyse, les notions sont mobilisées pour permettre d'interpréter le SUS comme un appareil d'état idéologique au sein duquel la formation discursive de la santé publique est définie comme un espace discursif contenant des différentes positions de sujets. Considérant le SIDA comme un événement discursif dans le corps, le concept de corps rebelle est défini pour désigner le corps de l’individu infecté par le VIH, lequel parle et dont on parle dans la sphère de la santé publique et expose les croisements de significations qui le constitue. Le corps rebelle s'articule à la sexualité, sur laquelle sont établies les connaissances sur la santé et la maladie de ce corps, de sorte que, liés par les registres du réel, du symbolique et de l'imaginaire, son fonctionnement discursif produit des métaphores de la vie et de la mort pour dire sur le sida et sur la subjectivité desinfectés.fr
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectAnálise do discursopt_BR
dc.subjectCorpsfr
dc.subjectAIDSpt_BR
dc.subjectDiscoursfr
dc.subjectSaúde pública : Brasilpt_BR
dc.subjectLanguefr
dc.subjectSIDAfr
dc.subjectMetáforapt_BR
dc.subjectMetonímiapt_BR
dc.subjectSanté publiquefr
dc.subjectLínguapt_BR
dc.subjectLinguagem corporalpt_BR
dc.titleMetáforas de vida e de morte : o corpo rebelde da AIDS nos discursos da e sobre a saúde pública no Brasilpt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001115325pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Letraspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Letraspt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2019pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Thumbnail
   

Este item está licenciado na Creative Commons License

Mostrar registro simples