Análise do perfil de internações de uma unidade psiquiátrica do Sul do Brasil : um estudo descritivo e transversal

Abstract

Internações psiquiátricas são dispositivos utilizados como último recurso para lidar com a sintomática de saúde mental. Objetivou-se analisar aspectos da internação psiquiátrica a partir do perfil dos internados, comparando as internações pelo tipo de convênio utilizado para o seu tratamento. Para tanto, realizou-se uma análise descritiva e transversal de algumas características dos prontuários da internação psiquiátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, nos anos 2016, 2017 e 2018, totalizando 1119 internações. Mais da metade (53,5%) eram de mulheres, que encontravam-se na faixa etária entre 30 e 59 anos (52,5%) e possuíam ensino fundamental incompleto (30,3 %). Os diagnósticos mais prevalentes foram transtornos de humor (55,7%) e psicoses (20,2%). Não houve diferença entre a oferta de tratamentos de eletroconvulsoterapia entre convênios privados e o convênio Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, comparando os dois tipos de convênios, o SUS necessitou de mais consultorias especializadas (Gastroenterologia, Medicina Interna, Infectologia e Psicodiagnóstico, p=0,000) do que o particular e teve maior tempo médio de internação (SUS: 32,97 dias e privado: 27,37 dias, p=0,001). Tal levantamento demonstrou importância para reflexão acerca dos processos de trabalho e tratamentos ofertados pelo serviço de saúde estudado.

Psychiatric hospitalizations are devices used as a last resort to deal with symptomatic mental health. The objective of this study was to analyze aspects of psychiatric hospitalization from the profile of the inpatients, comparing the hospitalizations by the type of health insurance used at the intake. It is a descriptive and cross-sectional analysis of some characteristics present in psychiatric hospitalization records of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre, in 2016, 2017 and 2018, totaling 1119 hospitalizations. More than half (53.5%) were women, aged between 30 and 59 years (52.5%) and had incomplete elementary school (30.3%). The most prevalent diagnoses were mood disorders (55.7%) and psychoses (20.2%). There was no difference between the offer of electroconvulsive therapy treatment between private and the Unified Health System (SUS). However, comparing the two types of health insurance, the SUS required more specialized consultancies (Gastroenterology, Internal Medicine, Infectious Diseases and Psychodiagnosis, p=0,000) than the private ones and had a higher average length of stay (SUS: 32.97 days and private: 27,37 days, p=0,001).