Aleitamento materno e desenvolvimento infantil : estudo longitudinal de recém nascidos no Sistema Único de Saúde em São Leopoldo
Fecha
2015Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
INTRODUÇÃO: O desenvolvimento infantil abrange a aquisição e as mudanças nas habilidades da criança no primeiro ano de vida e é um preditor do desenvolvimento psicossocial da criança e do adolescente. Depende de processos orgânicos e do ambiente físico e social inter-relacionados. O aleitamento materno (AM) pode promover o desenvolvimento da criança ao proporcionar nutrição adequada, proteção às infecções e morbidades associadas e favorecer a relação mãe-bebê. Contudo, poucos estudos no Brasil ...
INTRODUÇÃO: O desenvolvimento infantil abrange a aquisição e as mudanças nas habilidades da criança no primeiro ano de vida e é um preditor do desenvolvimento psicossocial da criança e do adolescente. Depende de processos orgânicos e do ambiente físico e social inter-relacionados. O aleitamento materno (AM) pode promover o desenvolvimento da criança ao proporcionar nutrição adequada, proteção às infecções e morbidades associadas e favorecer a relação mãe-bebê. Contudo, poucos estudos no Brasil têm examinado a associação do AM sobre o desenvolvimento infantil, conhecimento relevante para as políticas e programas de saúde materno infantil. OBJETIVO: Examinar o efeito do AM e do aleitamento materno exclusivo (AME) no estado do desenvolvimento aos 12 meses de idade em uma coorte de recém nascidos que participavam de um ensaio populacional de uma intervenção para promover os “Dez Passos da Alimentação Saudável para Crianças Menores de Dois Anos”. MÉTODO: Dados antropométricos, alimentares, sócio-demográficos e condições de saúde de crianças nascidas a termo no Sistema Único de Saúde de São Leopoldo, sem alterações clínicas evidentes foram coletados aos seis e 12 meses de idade da criança. Dez itens do Teste de Triagem de Desenvolvimento de Denver II foram aplicados em visita domiciliar ao final do segundo semestre de vida da criança. Uma medida do desenvolvimento foi criada pela soma dos itens que a criança obteve sucesso. Análises de regressão linear multivariada com ajustes para possíveis confundidores e mediadores socioambientais do efeito do AM sobre o desenvolvimento infantil foram realizadas. RESULTADO: 84% das crianças do ensaio populacional participaram do estudo aos 12 meses (n=394/469). Cerca de 62,6% da amostra recebeu AM por no mínimo seis meses e 34,6% AME por mais de quatro meses. A média de sucessos no teste de desenvolvimento foi 5,6 itens (mínimo zero, máximo 10; desvio padrão 0,2). As crianças que receberam seis ou mais meses de AM tiveram, em média, 5,8 sucessos no teste e as demais 5,5 sucessos. O modelo de regressão linear multivariado evidenciou que, em média, o número de sucessos no teste de desenvolvimento era maior quando o AM era igual ou maior de seis meses (B= 0,5; IC95% 0,11 a 1,01; p=0,016), após ajuste para confundimento do grupo de intervenção ou controle, escolaridade materna, esgotamento sanitário e número de brinquedos e mediação do afeto acolhimento da mãe e hospitalização da criança dos seis aos 12 meses. As crianças com AME por quatro meses ou mais tiveram em média 5,6 sucessos no teste e as demais 5,7 sucessos, mas o modelo de regressão multivariado não evidenciou diferença entre as médias de sucesso no teste entre grupos definidos pelo AME (B= -0,30; IC95% -0,76 a 0,16; p=0,198). DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: Há evidência de associação positiva entre AM por seis ou mais meses e o desenvolvimento da criança no primeiro ano de vida. Crianças que receberam AM por pelo menos seis meses apresentaram desenvolvimento mais avançado, demonstrando que o AM por mais de seis meses é fator de proteção para o desenvolvimento infantil nessa população. Políticas e programas que promovam o AM no primeiro ano de vida são potencialmente benéficos para o desenvolvimento infantil. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
Colecciones
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Ciencias de la Salud (9148)Salud Colectiva (203)
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