Acculturation, anxiety and depression among haitian immigrants in southern Brazil

Abstract

Acculturation refers to changes that occur when people from different cultural backgrounds encounter a new cultural environment. Such changes may play an important role in mental health. The present study investigates the relationships between acculturation, anxiety and depression in 64 Haitians who migrated to Brazil between 2010 and 2016. Participants answered a sociodemographic questionnaire, the Immigrant Acculturation Scale, and the Hopkins Symptom Checklist - 27. Participants reported low levels of anxiety and depression symptoms and the most adopted acculturation strategy was integration. An assimilationist acculturation orientation was associated with lower levels of anxiety and a separationist orientation was linked to higher levels of depression. Contradicting our initial hypotheses, the final anxiety model negatively associated language separation with high anxiety symptoms. In general, the participants of the present study seemed to be well adapted to the Brazilian culture. However, acculturation strategies in our study varied across domains and were influenced by sociodemographic variables as time since migration and being employed. Considering that Brazil is a large and multi-cultural country, further research should be conducted in different parts of the country and with various migrant groups in order to better understand the acculturation phenomena.

A aculturação é definida como mudanças que ocorrem quando pessoas de diferentes contextos culturais encontram uma nova cultura. Essas mudanças podem ter um papel importante na saúde mental dos indivíduos. O presente estudo teve como objetivo principal investigar as relações entre aculturação, ansiedade e depressão em 64 haitianos que imigraram para o Brasil entre os anos de 2010 e 2016. Os participantes responderam a um questionário sócio demográfico e as escalas Immigrant Acculturation Scale e Hopkins Symptom Checklist - 27. A orientação aculturativa mais apontada pelos participantes foi a integrativa e a média dos sintomas de ansiedade e depressão mostrou-se abaixo do ponto de corte da escala. A orientação aculturativa de assimilação foi associada com baixos níveis de ansiedade, e a orientação aculturativa de separação foi associada com altos níveis de depressão. Contrariamente a nossa hipótese inicial, os participantes que apresentaram uma maior separação na área da linguagem, relataram níveis inferiores de ansiedade. Os participantes do presente estudo relataram, em sua maioria, uma boa adaptação ao contexto cultural brasileiro. No entanto, as orientações aculturativas foram influenciadas por questões sócio demográficas, como o tempo desde a migração e o emprego. Considerando a extensão territorial do Brasil, bem como sua característica multicultural, estudos em outras regiões brasileiras e com diferentes grupos de migrantes devem ser realizados afim de possibilitar uma melhor compreensão do fenômeno da aculturação de migrantes no país.