Estabilização físico-química de um solo arenoso para emprego em camadas de pavimentos

Abstract

Na implementação de uma nova rodovia, ao defrontar-se com solos pouco resistentes, surgem algumas opções como a remoção e substituição do solo, alteração do traçado da rodovia ou modificação/estabilização físico-química do solo local. Em geral a opção de modificar as pro-priedades mecânicas e volumétricas dos solos locais por meio da adição de um agente estabi-lizante, se mostra mais vantajosa sob o ponto de vista ambiental e econômico que as outras mencionadas. Considerando essa questão, o presente trabalho avaliou o efeito da utilização de dois agentes estabilizantes, cal e cimento, no aumento da resistência à compressão simples de um solo arenoso, proveniente da rodovia SP 300, estaca 84, próximo do município de Tietê, no estado de São Paulo. Para tanto, utilizou-se o método de Thompson e o método da NBR 12023 (ABNT, 2012) para as misturas solo-cal e solo-cimento respectivamente. No caso da cal, houve a moldagem de solo com a adição de 3% de cal calcítica, na energia modificada, onde se buscou verificar o incremento de resistência aos 28 dias de cura úmida. Para o solo-cimento houve a moldagem de solo com a adição de 7%, 9%, 11% e 13% de cimento CP-IV, onde se verificou a resistência à compressão simples obtida aos 7 dias de cura, com 4 horas de imersão. Os resultados obtidos mostraram que o teor de cal possibilitou um incremento de 180 kPa aos 28 dias, em relação ao solo natural, não atendendo com isso o critério adotado. Já para solo-cimento, observou-se que com o aumento do teor de cimento houve ganho de resistência entre 7 e 28 dias de cerca de 1,2 MPa independente do teor de cimento. O teor de 10% de ci-mento, obtido por interpolação, promoveu a estabilização, isto é, proporcionou uma resistên-cia de 2,1 MPa aos 7 dias. Constatou-se ser elevado o teor de cimento, mas acredita-se que o fato de o solo apresentar grande quantidade de finos justifica o resultado obtido.