A relação professor-aluno e a prática docente : relação humana e relação didática

Abstract

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, tomando como base de informações os relatórios elaborados no contexto das disciplinas Estágio de Docência em Ciências Sociais I e II, ministradas no primeiro e no segundo semestres letivos do ano de 2018, respectivamente. Ambas as disciplinas fazem parte do currículo do curso de Graduação em Ciências Sociais - Licenciatura do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul. Seu objetivo geral consistiu em descrever de que forma o papel do afeto existente na relação professor-aluno influencia o interesse dos alunos pelos conteúdos escolares e a eficiência do processo de ensino-aprendizagem. O contexto do estudo foram duas escolas técnicas estaduais de Ensino Médio localizadas no município de Porto Alegre. Participaram da experiência 66 alunos na faixa etária entre quatorze e dezoito anos, dos três anos do Ensino Médio. Os instrumentos utilizados foram a observação participante, anotações do diário de campo e a aplicação de um questionário de preenchimento voluntário com perguntas abertas e fechadas. Analisando o conteúdo das respostas, surgiram três categorias para discussão: a relação professor-aluno e sua influência no interesse pelos conteúdos escolares; a relação professor-aluno; e a prática docente: relação humana e relação didática Além destas, foram analisadas três subcategorias antagônicas que influenciam a preferência ou aversão pelos conteúdos escolares: interesse/desinteresse pelo conteúdo, facilidade/dificuldade pessoal e afinidade/ aversão pelo(a) professor(a). A ênfase na discussão recaiu sobre a subcategoria afinidade/aversão pelo(a) professor(a), na compreensão de ser aquela com maior potencial de análise sociológica, por ser um aspecto social desenvolvido na relação professor-aluno. Para tanto, recorreu-se a teóricos da Sociologia e da Educação que abordam a temática estudada, tais como Goffman, Weber, Tardif, Nóvoa e Tassoni, entre outros. Os resultados se encaminharam para dois indicativos interligados de afinidade ou aversão: o comportamento do professor com os alunos e a didática utilizada em sala de aula. Conclui-se que a afetividade presente nas relações desenvolvidas em sala de aula entre professores e alunos é parte essencial do trabalho docente, podendo influenciar positiva ou negativamente na aprendizagem dos alunos e na vida pessoal e profissional dos professores.