Alterações funcionais renais precoces em pacientes com diabete melito não insulino-dependente
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Data
1991Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Resumo
As alterações funcionais precoces renais têm sido extensamente estudadas no diabete insulino-dependente. A ocorrência de um aumento da taca de filtração glomerular (TFG) já está confirmada e esta hiperfiltração glomerular tem sido implicada como fator de risco para o desenvolvimento de nefropatia clínica futura, hipótese que ainda aguarda confirmação de estudos longitudinais. No que diz respeito ao diabete não insulino-dependente, escassas informações encontram-se disponíveis na literatura acer ...
As alterações funcionais precoces renais têm sido extensamente estudadas no diabete insulino-dependente. A ocorrência de um aumento da taca de filtração glomerular (TFG) já está confirmada e esta hiperfiltração glomerular tem sido implicada como fator de risco para o desenvolvimento de nefropatia clínica futura, hipótese que ainda aguarda confirmação de estudos longitudinais. No que diz respeito ao diabete não insulino-dependente, escassas informações encontram-se disponíveis na literatura acerca da descrição das alterações funcionais precoces da nefropatia. As informações descritas são contraditórias e os estudos frequentemente utilizam metodologia inadequada na avaliação da TFG. O objetivo do presente estudo é o de analisar aspectos da função renal em pacientes com diabete mélito não insulino-dependente sem nefropatia clínica, em especial visando a avaliar a existência de hiperfiltração glomerular e suas associações. Foram estudados 55 pacientes (24 mulheres e 31 homens) com diabete não insulino-dependente, de acordo com os critérios da OMS, com idades de 38 - 66 anos. Os critérios de inclusão dos pacientes consistiram de presença de índice de massa inferior a 30 Kg/m2, ausência de nefropatia diabética clínica ou de outra doença renal, ausência de doença cardíaca isquêmica ou de insuficiência cardíaca e de neuropatia autonômica severa. Foi constituído um grupo de controle de 44 indivíduos normais (27 mulheres, 17 homens), com idades de 39 - 66 anos, de onde foram obtidos os valores de referência da TFG. Os pacientes foram submetidos a uma avaliação clínico-laboratorial que incluiu a medida da TFG através do 51Cr-EDTA. A partir da faixa de normalidade obtida do grupo controle, foi considerada hiperfiltração glomerular a ocorrência de filtração glomerular acima do limite máximo da normalidade, ou seja, valores que excedessem dois desvios padrão além da média dos controles (valores acima de 137,1 ml/min/1,73m2). Foram encontrados 13 (24%) pacientes hiperfiltrantes. Este grupo caracterizou-se por apresentar um pior controle metabólico, avaliado através da glicemia de jejum, HbA1c, frutosamina e glicosúria de 24h, em relação aos pacientes normofiltrantes, sem diferir, no entanto, nos aspectos de idade, proporção de sexos, duração do diabete, tratamento empregado para o diabete e pressão arterial sistêmica. Também não foi evidenciada diferença entre normofiltrantes e hiperfiltrantes quanto a excreção urinária de albumina, sódio e uréia. A prevalência de complicações crônicas foi semelhante entre os dois grupos. A glicemia e idade apresentaram correlação com a TFG, sendo inversa a correlação com a idade. Não foi evidenciada correlação entre a TFG e a excreção urinária de albumina. Conclui-se que 24% dos pacientes com diabete não insulino-dependente apresentam hiperfiltração glomerular. O controle metabólico é a única variável associada com o aumento da TFG. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica.
Coleções
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