Manifestação patológica em sistemas geopoliméricos produzidos com metacaulim : avaliação da susceptibilidade no desenvolvimento de eflorescências

Abstract

Os geopolímeros são uma nova classe de ligantes cimentícios, alternativa ao cimento Portland na construção civil. Estes novos ligantes são constituídos por uma reação química entre duas partes, um ativador alcalino e um aluminossilicato amorfo (precursor). Geopolímeros produzidos com metacaulim, tendem a desenvolver eflorescências, uma manifestação patológica que pode prejudicar a integridade estrutural do material. As eflorescências são formadas principalmente devido ao formato flocular do caulim, às impurezas presentes no precursor e ao excesso de sais presentes dos ativadores por meio da cristalização de sais. Esta manifestação patológica pode acontecer internamente e externamente, variando de acordo com condições do ambiente. O presente trabalho tem como objetivo avaliar como a cristalização dos sais se comporta com essas alterações na composição dos materiais a partir de diferentes dosagens de ativadores, adição de pigmentação a base de óxido de ferro e revestimento em resina acrílica em argamassas geopoliméricas. O trabalho utilizou de dois tipos diferentes de metacaulim, comercial e produzido em laboratório. Foi utilizado silicato de sódio e hidróxido de sódio como ativadores, sendo as relações da dosagem medidas em SiO2/NaOH,(Ms=1,0 e Ms=0,5). O programa experimental baseou-se nas técnicas de aceleração de eflorescência por meio da capilaridade ascendente da água, ensaio de resistência à compressão axial e ensaio de resistência à flexão. A partir da análise de resultados, foi possível concluir que as amostras com Ms=1,0 apresentaram melhor desempenho nos ensaios de resistência mecânica e no ensaio de aceleração na formação de eflorescência. Os geopolímeros produzidos com metacaulim produzido em laboratório também obtiveram melhores resultados nos três ensaios deste trabalho. A adição de pigmento baseado em óxido de ferro obteve maior resistência à compressão axial quando comparado aos resultados das misturas sem o pigmento. Por fim, concluiu-se que o revestimento dos corpos de prova em resina acrílica não reduziu a cristalização dos sais e a formação de eflorescências, não impedindo assim, a manifestação desta patologia.