Associação entre fragilidade e tempo de velocidade da marcha em idosos hospitalizados
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Data
2016Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
INTRODUÇÃO: O crescente aumento da população idosa é uma realidade mundial. Em consequência, constata-se o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, principalmente, no Brasil, condição que impõe longos tratamentos, hospitalizações, elevado consumo de medicamentos por parte de pessoas idosas, o que pode provocar alteração no estado cognitivo, no equilíbrio e desestabilizar a marcha aumentando o risco de sofrer eventos que determinam a redução da funcionalidade, aumento dos riscos para com ...
INTRODUÇÃO: O crescente aumento da população idosa é uma realidade mundial. Em consequência, constata-se o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, principalmente, no Brasil, condição que impõe longos tratamentos, hospitalizações, elevado consumo de medicamentos por parte de pessoas idosas, o que pode provocar alteração no estado cognitivo, no equilíbrio e desestabilizar a marcha aumentando o risco de sofrer eventos que determinam a redução da funcionalidade, aumento dos riscos para complicações específicas e propiciar o surgimento das chamadas síndromes geriátricas, destacando a Síndrome da Fragilidade no idoso (SFI). Há duas grandes vertentes internacionais de estudos sobre fragilidade, uma delas se deriva de grupos canadenses que reforçam a multidimensionalidade da síndrome envolvendo a avaliação de elementos como cognição, humor e suporte social, outros grupos norte-americanos consideram a fragilidade como uma síndrome fortemente biológica, e propuseram para sua identificação um fenótipo com cinco indicadores: perda de peso não intencional, autorrelato de fadiga, diminuição da força de preensão, redução da atividade física e diminuição da velocidade da marcha. Para a avaliação da fragilidade no idoso pode-se utilizar algumas escalas de avaliação global de saúde como a Escala de Fragilidade de Edmonton (EFE). Trata-se de um instrumento desenvolvido na Universidade de Alberta, em Edmonton no Canadá em 2006, cuja finalidade é detectar fatores de risco e apontar indicadores de fragilidade (ROLFSON et al., 2006; BERGMAN et al., 2004). Na investigação do desempenho funcional que representa um dos domínios da EFE avalia-se o tempo de velocidade da marcha que vem sendo apontado como o preditor de fragilidade mais confiável, prático e de baixo custo. A dificuldade na marcha associada à fragilidade pode provocar isolamento, sarcopenia e incapacidade para realizar atividades da vida diária. OBJETIVO GERAL: Analisar associação entre Síndrome da Fragilidade e tempo de velocidade da marcha em idosos hospitalizados. MÉTODO: Estudo transversal, retrospectivo, do tipo correlacional descritivo, aninhado a estudo primário, cuja amostra foi constituída por 395 idosos internados nas unidades de internação médica e cirúrgica. COLETA DE DADOS: utilizado Banco de Dados do estudo principal desenvolvido de 2010 a 2012. Foram capturados dados sociodemográficos, dados sobre os níveis de fragilidade e dados acerca da medida do tempo de velocidade da marcha. ANÁLISE: realizada com base na estatística descritiva para as características sociodemográficas e, posteriormente, foi aplicado o teste Qui-quadrado de Fischer para verificar a associação entre as variáveis níveis de fragilidade e tempo de velocidade da marcha obtidos pela EFE. O intervalo de confiança escolhido corresponde a 95% (α ≤ 0,05). ASPECTOS ÉTICOS: projeto principal intitulado “Fatores de risco para a fragilidade em idosos hospitalizados: contribuições para o diagnóstico de enfermagem ‘Risco para a Síndrome da fragilidade no idoso” aprovado pelo CEP/HCPA nº 100172. RESULTADOS: A média de idade dos pacientes analisados foi de 69,73 anos com desvio padrão de ± 7,23 anos, 62,8% eram do sexo masculino. Quanto aos níveis da SFI: 28,9% dos sujeitos não apresentaram a síndrome, 26,3% foram identificados como aparentemente vulneráveis, 20,8% com fragilidade leve, 13,4% com fragilidade moderada e 10,6% apresentaram a síndrome em nível severo. Na associação entre níveis de fragilidade e dados do perfil sociodemográfico, verificou-se associação estatisticamente significativa entre as variáveis: sexo feminino e o nível de fragilidade moderada (p=0,031); situação conjugal sem companheiro e os níveis fragilidade moderada e severa (p=0,014); idade entre 60 e 69 anos e ausência de fragilidade (p=0,014); nenhuma escolaridade e fragilidade severa e mais de 9 anos de estudo com ausência de fragilidade (p<0,001); renda familiar mensal de 1 a 2 salários mínimos com os níveis fragilidade moderada e severa (p=0,014). Quanto à associação entre níveis de fragilidade e o tempo de velocidade da marcha foi evidenciada significância estatística (p<0,001) entre fragilidade moderada 60,4% e severa 78,6% com o tempo maior de 20 segundos para realização do teste de marcha. Destaca-se que entre 44,8% dos idosos classificados com fragilidade leve, moderada e severa 25,5% concluíram o teste em mais de 20 segundos, caracterizando lentidão ao caminhar. Também foi significativa (p<0,001) a associação entre ausência de fragilidade 47,7% e o tempo de conclusão do teste de 0 a 10 segundos. CONCLUSÃO: os dados permitem concluir que existe relação estatística entre maior grau de fragilidade e velocidade da marcha diminuída, corroborando com achados internacionais que demostraram a importância de valorizar a marcha como potencial preditor do 6 estado de saúde do idoso, podendo ser definida como o “sexto sinal vital”. Nesse sentido recomenda-se ao enfermeiro a proceder a avaliação do tempo de velocidade da marcha, de forma isolada, ou como parte de uma avaliação global, tendo em vista que o idoso pode estar em condição pré-frágil, com fragilidade leve, moderada ou severa, situações em que com introdução de intervenções preventivas poderá evitar a ocorrência da síndrome ou promover a reversão ou estadiamento do evento. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem. Curso de Enfermagem.
Coleções
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TCC Enfermagem (1140)
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