Atualizações do mito do exílio na cultura popular brasileira: de Gonçalves Dias a Rodrigo Amarante
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2018Author
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Abstract in Portuguese
O presente estudo, em alusão às teorizações do semiólogo francês Roland Barthes, investiga a construção reiterada de uma conotação dentro da cultura brasileira, que, muitas vezes, atinge o estatuto mitológico. Trata-se do mito do exílio, um motivo frequentemente utilizado por nossos poetas para naturalizar uma dada imagem de País. Para tanto, o estudo parte da Escola Romântica, onde sua mais conhecida obra, a Canção do Exílio, já nos dá uma pista do que vamos encontrar. Depois, passo pelos mode ...
O presente estudo, em alusão às teorizações do semiólogo francês Roland Barthes, investiga a construção reiterada de uma conotação dentro da cultura brasileira, que, muitas vezes, atinge o estatuto mitológico. Trata-se do mito do exílio, um motivo frequentemente utilizado por nossos poetas para naturalizar uma dada imagem de País. Para tanto, o estudo parte da Escola Romântica, onde sua mais conhecida obra, a Canção do Exílio, já nos dá uma pista do que vamos encontrar. Depois, passo pelos modernos e chego à Ditadura Militar brasileira, mostrando como esse motivo foi reapropriado, ora reiterando o mito, ora desconstruindo-o. Por fim, o estudo direciona o foco para o álbum Cavalo, do compositor brasileiro Rodrigo Amarante. Rodrigo faz do exílio a musa para a qual ele canta. Em um primeiro momento, a ideia é, através de uma miríade de demonstrações, consolidar a visão de que, de fato, este mito constitui uma dada tradição na cultura brasileira. Mas, além disso, o estudo investiga também o que há de comum e de singular nessas aparições. O trabalho conclui que a forma exílio interpela o leitor, em todos os objetos analisados, a partir de quatro figuras retóricas que se somam às citadas por Barthes em seu Mitologias (2001): 1) a distância como elemento que cria a diferença e a perspectiva 2) o duplo, um outro com o qual o poeta busca identificação 3) o pathos da falta e 4) o estranhamento, que surge do contato do poeta com outro lugar e outra cultura. Esse tema poético que é o exílio, somado a essas figuras permitem ao autor naturalizar, expressar e produzir ora o mito, ora a sua desmontagem. O trabalho constata uma diversidade de contextos de enunciação que ensejam o surgimento do poeta como sujeito exilado. Veremos que em alguns desses casos o exílio é uma forma que enseja uma série de disputas políticas, em que ora o autor reitera o mito, ora o desconstrói. ...
Abstract
The present study, alluding to the theorizations of the french semiologist, Roland Barthes, investigates the reiterated construction of a connotation within brazilian culture, which often reaches the mythological status. It is about the myth of exile, a motive often used by our poets to naturalize a given image to the country. Therefore, I take off from the school of romance, where it’s most known piece, Canção do Exílio, give us a clue of what we can find. Afterwards, I pass by the moderns and ...
The present study, alluding to the theorizations of the french semiologist, Roland Barthes, investigates the reiterated construction of a connotation within brazilian culture, which often reaches the mythological status. It is about the myth of exile, a motive often used by our poets to naturalize a given image to the country. Therefore, I take off from the school of romance, where it’s most known piece, Canção do Exílio, give us a clue of what we can find. Afterwards, I pass by the moderns and arrive at brazilian’s Military Dictatorship, showing how this motive was reappropriated and endowed with new meaning. Finally, I end up directing the focus to the album Cavalo, from brazilian composer Rodrigo Amarante. Rodrigo makes the exile the trip, departure and return, the muse to which he sings. In a first moment, the idea is, through a myriad of demonstrations, to consolidate the view that, in fact, this myth constitutes this tradition inside brazilian culture. But besides, I also investigate what is common and singular in these apparitions. The study concludes that the form exile questions the reader, in all the objects analyzed, from four rhetorical figures that add to those cited by Barthes in his Mitologias (2001): 1) distance as an element that creates difference and perspective 2) the double, another with which the poet seeks identification 3) the pathos of missing and 4) strangeness, which arises from the poet's contact with another place and another culture. This poetic theme that is the exile, added to these figures allow the author to naturalize, express and produce now the myth, and now its disassembly. The study notices a diversity of contexts of enunciation that lead to the emergence of the poet as an exiled subject. We will see that in some of these cases the exile is a form that provokes a series of political disputes, where at times the author reinforces the myth, and other times it deconstructs. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo.
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