Os impactos dos programas de transferência de renda condicionada no contexto econômico latino-americano : uma análise comparada entre os casos brasileiro (Bolsa Família) e mexicano (Prospera)

Abstract

A América Latina é uma região extremamente pobre e desigual. As principais causas do subdesenvolvimento econômico desse território são históricas e estruturais, sendo fortemente debatidas pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) a partir da década de 1950. Ao decorrer dos anos, diversas políticas econômicas – sejam de orientações desenvolvimentistas ou neoliberais - foram colocadas em prática a fim de combater esse problema, no entanto não surtiram em grandes efeitos. Os impactos da década de 1980 aprofundaram ainda mais as divergências socioeconômicas da população e a parcela mais pobre foi a mais prejudicada. Assim, em 1990, os Programas de Transferência de Renda Condicionada (PTRCs) surgiram, tendo como principais metas o alívio da pobreza no curto prazo e o desenvolvimento das capacidades humanas no longo prazo. Além disso, trouxeram inovações, tais como a focalização nos indivíduos pobres, as transferências monetárias e as condicionalidades impostas. Os programas que mais se destacaram nesse âmbito foram o Programa Bolsa Família, no Brasil, e o Programa Prospera, no México. As conclusões apontam que apenas o primeiro programa foi eficaz na redução da pobreza e desigualdade social, no entanto, essa divergência decorre principalmente das condições socioeconômicas dos países em questão. No que concerne aos impactos no âmbito da saúde e educação, ambos tiveram bons resultados nos indicadores analisados.

América Latina es una región extremadamente pobre y desigual. Las principales causas del subdesarrollo económico de ese territorio son históricas y estructurales, siendo fuertemente debatidas por la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL) a partir de la década de 1950. A lo largo de los años, diversas políticas económicas - sean de orientaciones desarrollistas o neoliberales - se pusieron en práctica para combatir este problema, pero no generaron grandes efectos. Los impactos de la década de 1980 profundizaron aún más las divergencias socioeconómicas de la población y la parcela más pobre fue la más perjudicada. Así, en 1990, los Programas de Transferencia de Renta Condicionada (PTRCs) surgieron, teniendo como principales metas el alivio de la pobreza a corto plazo y el desarrollo de las capacidades humanas a largo plazo. Además, trajeron innovaciones, tales como la focalización en los individuos pobres, las transferencias monetarias y las condicionalidades impuestas. Los programas que más se destacaron en ese marco fueron el Programa Bolsa Familia, en Brasil, y el Programa Prospera, en México. Las conclusiones apuntan que sólo el primer programa fue eficaz en la reducción de la pobreza y la desigualdad social, sin embargo, esta divergencia deriva principalmente de las condiciones socioeconómicas de los países en cuestión. En relación a los impactos en el ámbito de la salud y educación, ambos tuvieron buenos resultados en los indicadores analizados.