Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
Fecha
2017Otro título
Voices of pregnant adolescents : a contribution to medical education, according to the narrative statement of a cohort of puerperae
Materia
Resumo
Trata-se de artigo resultante de uma pesquisa com adolescentes grávidas, uma amostra de 136 meninas, dentre 540 de uma coorte acompanhada ao sul do Brasil. Busca contribuir à educação médica, colocando os termos da “atenção” e da “educação para a atenção”, sob os desígnios da “integralidade e humanização”. O objetivo foi trazer as “vozes” das adolescentes grávidas, sem representação, mas expressão. Sem uma “figura” à realidade, mas o acesso à “real” realidade (viva, não representada). A metodol ...
Trata-se de artigo resultante de uma pesquisa com adolescentes grávidas, uma amostra de 136 meninas, dentre 540 de uma coorte acompanhada ao sul do Brasil. Busca contribuir à educação médica, colocando os termos da “atenção” e da “educação para a atenção”, sob os desígnios da “integralidade e humanização”. O objetivo foi trazer as “vozes” das adolescentes grávidas, sem representação, mas expressão. Sem uma “figura” à realidade, mas o acesso à “real” realidade (viva, não representada). A metodologia foi qualitativa, com base em questionário e temas geradores. Foram coletados dados de perfil da população (organizados em uma tabela de “perfil quantitativo”) e manifestações verbais (mantidas intactas em um quadro de “expressão original”). Uma distinção importante do convencional é que o artigo se orienta pelo “encontro terapêutico”, não pela prevenção da gravidez, tampouco por políticas para a saúde de adolescentes e nem pela orientação à gestão da clínica/redes de atenção. Reconhece nas produções em conjunto de docentes e estudantes em medicina, enfermagem ou psicologia a mesma abordagem: a gravidez na adolescência como indesejável (desde um ponto de vista da saúde pública e desde um ponto de vista que a trata como obviamente indesejada pela adolescente, com sugestões de educação e prevenção, acompanhada da queixa de falta de políticas e da necessidade de compartilhar conhecimento adequado). Em discrepância dessa linha de pensamento, o artigo explora abordagens ampliadas. Na conclusão, desafia à troca de sentidos e à partilha de significados no encontro terapêutico para que diga respeito às “singulares meninas grávidas”. Meninas na consulta médica são reais, não números, já estão grávidas, não há o que prevenir, e já estão na cena do cuidado, requerem atenção com ligação e afinidade. Desafia – na atenção e na educação para a atenção – tanto habilidades e capacidades, quanto condições de composição cognitiva para atender/tratar/cuidar com alteridade, envolvimento e “intensa amizade”. O artigo revela um componente de “informação populacional” (a amostra) e outro de “sentidos para o encontro” (a noção de voz). A cena da atenção é singular e é real, a educação para a atenção precisa dessa inclusão (subjetiva e objetiva). O artigo polariza “gestão da clínica ou epidemiologia”, que somente passam como “informação”, e as “vozes” daquelas a quem se vai tratar/atender/cuidar e que devem passar ao corpo do terapeuta/cuidador como acolhimento/guarida. ...
Abstract
This is an article resulting from a survey with pregnant adolescents, a sample of 136 girls, out of 540 of a cohort followed in southern Brazil. It seeks to contribute to the medical education by placing the terms "care" and "education for caring" under the purposes of "integrality and humanization". The goal was to bring the "voices" of pregnant adolescents, not with representation, but expression. Without an "image" to reality, but access to "real" reality (living, not represented). The metho ...
This is an article resulting from a survey with pregnant adolescents, a sample of 136 girls, out of 540 of a cohort followed in southern Brazil. It seeks to contribute to the medical education by placing the terms "care" and "education for caring" under the purposes of "integrality and humanization". The goal was to bring the "voices" of pregnant adolescents, not with representation, but expression. Without an "image" to reality, but access to "real" reality (living, not represented). The methodology was qualitative, based on questionnaire and generating themes. Were collected population profile data (organized in tables of "quantitative profile") and verbal manifestations (kept intact in an "original expression" frame). An important distinction from the conventional is that the article is guided by the "therapeutic encounter", not pregnancy prevention, neither adolescent health policies, or even orientation to clinic management/care networks. It recognizes in the joint productions of teachers and students in medicine, nursing or psychology the same approach: pregnancy in adolescence as undesirable (from a public health perspective and from a point of view that treats the pregnancy as obviously undesired by the adolescent, with suggestions of education and prevention, followed by the complaint of lack of policies and the need to share adequate knowledge). In disagreement with this line of thought, the article explores broadened approaches. In conclusion, it brings a challenge to the exchange of meanings and the sharing of meanings in the therapeutic encounter so that "it concerns the singular pregnant girls". Girls at the doctor's office are real, not numbers, they are already pregnant, there is nothing to prevent, and they are already in the care stage, they require attention with connection and affinity. It challenges - in care and education for caring - both skills and abilities, as well as conditions of cognitive composition to attend/treat/care for otherness with involvement and "intense friendship". The article reveals a component of "population information" (the sample) and another of "meanings for the encounter" (the notion of voice). The care stage is unique and real, education for attention needs this inclusion (subjective and objective). The article polarizes "clinic management or epidemiology", which only passes as "information", and the "voices" of those to be treated/cared for and that should pass to our body as refuge/shelter. ...
En
Saúde em Redes. Porto Alegre. Vol. 3, n.4 (2017), p. 367-388
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