Briófitas epíxilas de troncos em diferentes estágios de decomposição em um remanescente de Mata Atlântica em Osório, Rio Grande do Sul, Brasil
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Data
2015Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
O bioma Mata Atlântica representa um amplo conjunto de formações florestais que inclui desde restingas e manguezais, a campos naturais, florestas e outros tipos vegetacionais. Mesmo reduzida e muito fragmentada devido ao desmatamento, a Mata Atlântica ainda abriga significativa biodiversidade, inclusive espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. As briófitas são plantas criptogâmicas avasculares, com tamanho que pode variar de alguns milímetros a um metro de comprimento, desenvolvendo-se prefe ...
O bioma Mata Atlântica representa um amplo conjunto de formações florestais que inclui desde restingas e manguezais, a campos naturais, florestas e outros tipos vegetacionais. Mesmo reduzida e muito fragmentada devido ao desmatamento, a Mata Atlântica ainda abriga significativa biodiversidade, inclusive espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. As briófitas são plantas criptogâmicas avasculares, com tamanho que pode variar de alguns milímetros a um metro de comprimento, desenvolvendo-se preferencialmente em ambientes úmidos, mas sendo encontradas em diversos tipos de hábitats, com exceção do ambiente marinho. As briófitas podem ser classificadas de acordo com o substrato que colonizam, e as denominadas epíxilas representam as que ocorrem em troncos em decomposição. A Mata Atlântica é o Domínio Fitogeográfico brasileiro com o maior número de espécies de briófitas, com 1.333 espécies, representando aproximadamente 87,46% do que é descrito para todo país. Os estudos sobre briófitas epíxilas publicados no Brasil são poucos, sendo que nenhum foi publicado para o Rio Grande do Sul. O objetivo geral do presente estudo consiste em identificar as espécies de briófitas epíxilas e relacionar sua ocorrência nos diferentes estágios de decomposição dos troncos, em uma área de remanescente de Mata Atlântica, no município de Osório/RS. No morro de Osório encontram-se fragmentos florestais em bom estado de conservação e uma unidade de conservação de 6.279 hectares, a Área de Preservação Ambiental Morro de Osório. As coletas foram realizadas no mês de novembro de 2014, selecionando os troncos aleatoriamente. A classificação do estágio de decomposição dos troncos seguiu a metodologia mais utilizada nos trabalhos da área, assim como foi utilizado o método tradicional para coleta e identificação do grupo. Para cada estágio de decomposição foram selecionados 10 troncos distintos, totalizando 20 troncos, uma vez que alguns apresentaram mais de um estágio de decomposição. Os troncos foram classificados em: classe I (estágio de decomposição reduzida), classe II (estágio de decomposição intermediária) e classe III (estágio de decomposição avançado). Foram coletadas 39 amostras, sendo identificadas 22 espécies de briófitas epíxilas, das quais 14 espécies pertencem à Divisão Bryophyta, e 8 à Marchantiophyta. Lejeuneaceae foi a família mais representativa, com 5 espécies de hepáticas identificadas Os estágios I, II e III apresentaram, respectivamente, 14, 11 e 19 espécies identificadas. As espécies foram classificadas como frequentes (que ocorreram nos três estágios de decomposição), intermediárias (que ocorreram em dois estágios distintos) e exclusivas (foram restritas à um estágio de decomposição). O maior número de espécies exclusivas ocorreu no estágio III (7 espécies). Para o estágio I foram descritas 3 espécies exclusivas, e o estágio II não apresentou espécie exclusiva. Apenas duas espécies foram classificadas como intermediárias. O registro de uma espécie como nova ocorrência para o estado comprova a necessidade de mais estudos briológicos no Rio Grande do Sul, a fim de ampliar a distribuição geográfica de algumas espécies e o conhecimento da brioflora de modo geral. ...
Abstract
The Atlantic Forest biome represents a broad ensemble of forest formations, which includes from restingas and mangroves, to natural fields, forests and other vegetation types. Even though its size has been significantly reduced due to deforestation, the Atlantic Forest still shelters significant biodiversity, including endemic and threatened species. Bryophytes are avascular cryptogamic plants, with a size that may vary from a few inches to one meter long, developing preferably in humid environ ...
The Atlantic Forest biome represents a broad ensemble of forest formations, which includes from restingas and mangroves, to natural fields, forests and other vegetation types. Even though its size has been significantly reduced due to deforestation, the Atlantic Forest still shelters significant biodiversity, including endemic and threatened species. Bryophytes are avascular cryptogamic plants, with a size that may vary from a few inches to one meter long, developing preferably in humid environments, but also can be found on various types of habitats, with the exception of the marine environment. The bryophytes can be classified according to the substrate they colonize, and those called epixylic, represent the occurring bryophytes on tree trunks in state of decomposition. The Atlantic Forest is the Brazilian phytogeographycal domain, with the highest number of species of bryophytes, with 1.333 species, representing approximately 87,46% of which is described for the whole country. There are few studies about epixylic bryophytes published in Brazil, and none of them have been published in Rio Grande do Sul. The overall objective of this study is to identify the species of Epixylic bryophytes and relate their occurrence in different stages of tree trunks in decomposition, in a remnant area of Atlantic Forest, in the city of Osório in Rio Grande do Sul. At Osório hill, there are forest fragments in a good conservation status, and a Conservation Unit of 6.279 ha, the Environmental Preservation Area Morro de Osório. The samples were taken in November 2014, selecting the trunks randomly. The classification of the decomposition stage of the trunks followed the commonly used methods for this kind of study, just as the ones used for sampling and group identification. For each stage of decomposition, 10 distinct trunks were selected, totaling 20 trunks, once that some of them have presented more than one stage of decomposition. The trunks were classified in: class I (reduced decomposition stage), class II (intermediate decomposition stage) and class III (advanced decomposition stage). There were 39 samples collected, and 22 species of epyxilic bryophytes were identified, from which, 14 of them belong to the Bryophyte Division, and 08 to Marchantiophyta. Lejeuneaceae was the most representative family, with 05 species of identified hepatics. Stages I, II and II presented respectively, 14, 11 and 19 identified species. All the species were classified as frequent (occurring in the three stages of decomposition), intermediate (occurring in two distinct stages of decomposition) or exclusive (occurring in only one stage of decomposition). The highest number of exclusive species occurred in stage III (07 species). For stage I, there were 03 exclusive species described, and stage II has not presented any exclusive species. The registration of a new species occurrence for the state affirms the necessity of further bryophyte studies in Rio Grande do Sul, in order to broader the geographical distribution of some species, and the bryophytes flora knowledge in general. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Ênfase em Biologia Marinha e Costeira: Bacharelado.
Coleções
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TCC Ciências Biológicas (1353)
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