Ascensão profissional feminina como instrumento para redução de pobreza : uma análise sobre desigualdades de gênero com ênfase racial

Abstract

Este trabalho busca caracterizar as principais causas da feminização da pobreza e mostrar de que forma o mercado de trabalho exerce influência sobre esse cenário. Para isso, foram apresentadas as perspectivas teóricas que constroem o conceito de pobreza, mostrando as suas contribuições acerca de bem-estar e justiça e, identificando suas limitações conforme a abordagem das capacitações. Após compreender as implicações acerca de pobreza, são apresentados dados que mostram um perfil dessa condição que atinge majoritariamente mulheres. Dentre as variáveis que influem diretamente na posição social das pessoas, como a educação, saúde e trabalho, este estudo procura mostrar que melhores oportunidades e condições no mercado de trabalho colaboram para a autonomia das mulheres, diminuindo suas vulnerabilidades. As pesquisas do IBGE ― PNAD e Censo ― aliadas à PED, entre outras, evidenciam que apesar das mulheres possuírem mais anos de estudos em comparação aos homens, continuam com oportunidades diferenciadas no mercado de trabalho ao se analisar a média salarial entre os sexos, a incidência do desemprego e os cargos de alta hierarquia apropriados dentro das empresas. Portanto, as políticas públicas de apoio à autonomia e empoderamento das mulheres precisam ser elaboradas sob a perspectiva “de baixo para cima”, isto é, pensadas a partir das vivências das pessoas para que possam ser efetivas e possibilitar a liberdade necessária para as mulheres realizarem sozinhas o que consideram importante para suas próprias vidas.

This work seeks to characterize the main causes of the feminization of poverty and show how labor market exerts influence in this scenario. For this, were presented theoretical perspectives that build the concept of poverty, showing their influence on welfare and justice and to identify its limitations following the capability approach. After understanding the poverty implications, they are resulted data of condition profile that affects mostly women. Among the variables that determine people social position, such as education, health and work, this study holds the view that better opportunities and conditions in the labour market collaborates to women autonomy, decreasing their vulnerabilities. According to IBGE research ― PNAD and Census — combined with the PED research, among others, although women have more years of study in comparison to men, they continue with different opportunities in labour market considering the average pay between genders, the incidence of unemployment and the high hierarchy appropriation of positions within companies. Therefore, supportive public policies of women is autonomy and empowerment need to be drawn up under the "bottom-up" perspective, that is, thought from the experiences of people thus they can be effective and enable the freedom necessary for women to perform by themselves what they consider relevant to their lives.