Tango e gênero na obra de María Luisa Carnelli - Buenos Aires (1920-1930)
Visualizar/abrir
Data
2015Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
As personagens femininas representadas por homens compositores de tango são bastante conhecidas e já há uma ampla bibliografia que se dedica a analisá-las. Morochas, milongueras e percantas, as prostitutas do centro urbano, bonitas, traiçoeiras e, por vezes, arrependidas, as mães abnegadas que são o modelo de uma antiga moral já parcialmente esquecida e as mulheres dedicadas ao lar e à pátria, são algumas destas personagens típicas das canções argentinas das três primeiras décadas do século XX, ...
As personagens femininas representadas por homens compositores de tango são bastante conhecidas e já há uma ampla bibliografia que se dedica a analisá-las. Morochas, milongueras e percantas, as prostitutas do centro urbano, bonitas, traiçoeiras e, por vezes, arrependidas, as mães abnegadas que são o modelo de uma antiga moral já parcialmente esquecida e as mulheres dedicadas ao lar e à pátria, são algumas destas personagens típicas das canções argentinas das três primeiras décadas do século XX, período em que o tango obteve reconhecimento nacional e internacional, foi aceito pelas elites portenhas e se afirmou como representação da identidade nacional argentina. No entanto, embora alguns estudos pontuem eventualmente a participação de mulheres na construção e difusão deste símbolo nacional, são poucos os que se dedicam e estudá-las para além dos estereótipos reforçados pelas letras da Época de Ouro. No presente trabalho são expostos os resultados de uma pesquisa cujo foco é compreender as representações de mulheres nas letras de tango sob uma perspectiva de gênero, levando em consideração as relações de poder envolvidas na construção destas representações e no seu uso como símbolo cultural. Para isto foi selecionada para análise a obra da argentina María Luisa Carnelli, autora de diversos livros de prosa e poesia, periodista e letrista de tangos em atividade entre meados da década de 1920 e 1930, período referido neste trabalho. Articulando estas obras com estudos já realizados sobre as representações de mulheres nas letras de tango, em especial os trabalhos de Magali Saikin, Anahí Viladrich, Irene Lópes e Felipe Pigna, poderemos perceber as particularidades da representação e da narrativa construídas por uma escritora de orientação feminista e comunista para uma personagem típica da cena tanguera: a milonguita. Além disto, utilizaremos o exemplo de María Luisa Carnelli para tentar compreender melhor o papel das mulheres no meio intelectual argentino deste período e as questões de representação, memória e gênero, dialogando com as autoras Michelle Perrot, Francine Masielo, Asunción Lavrin e Joan Scott. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de História: Licenciatura.
Coleções
-
TCC História (789)
Este item está licenciado na Creative Commons License