Os fundamentos do indivíduo em Hegel : ontogênese e conceito
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2014Author
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Abstract in Portuguese (Brasil)
Ao longo dos tempos o pensamento econômico, em sua variedade de escolas, tem reproduzido uma ideia abreviada de indivíduo, interrompido em seu estudo profundo, assim reduzindo-o a um comportamento médio idealizado ou a um produto das sociedades igualmente abstrato, legando-nos destarte uma imagem por muitas vezes irrealista de sua natureza. Paradoxalmente, a filosofia hegeliana, criticada por seu idealismo, é considerada hoje por muitos estudiosos como fecunda para uma compreensão do indivíduo ...
Ao longo dos tempos o pensamento econômico, em sua variedade de escolas, tem reproduzido uma ideia abreviada de indivíduo, interrompido em seu estudo profundo, assim reduzindo-o a um comportamento médio idealizado ou a um produto das sociedades igualmente abstrato, legando-nos destarte uma imagem por muitas vezes irrealista de sua natureza. Paradoxalmente, a filosofia hegeliana, criticada por seu idealismo, é considerada hoje por muitos estudiosos como fecunda para uma compreensão do indivíduo em sua concretude. Neste trabalho, pretende-se acompanhar como nesta o desenvolvimento do indivíduo aparece como singularidade vindo a ser na história, mediante o reconhecimento de si universal, negando laços substanciais de sentido, ou uma natureza humana. Trata-se, portanto, a orientação hegeliana, de propor um movimento de emancipação da subjetividade como representativa de uma ontogênese da individualidade à medida que determinações reflexivas se façam presentes no alicerçamento do arbítrio, o que só se deixa mostrar por meio de uma inversão de perspectiva na “gramática” da consciência de si. Esta, ao estruturar uma efetividade ontologicamente fundamentada, lidando endogenamente com os operadores reflexivos do desejo, do trabalho e da linguagem, através de práticas sociais, desvelaria um conteúdo nem pragmático nem normativo da racionalidade do sujeito. Argumenta-se, todavia, que o conceito de indivíduo ultrapassa a sua positivação instituída e vai ao encontro de uma negatividade em si que rompe com suas determinações particulares. Desse modo, observamos que, além de o indivíduo pressupor necessariamente um desenvolvimento em processos de socialização nas formas de relação com o Outro, ele também se funda em uma ontologia – negativa – que se revela ao evidenciar os limites da ação afirmativa, presente na imagem do indivíduo como “um”, como algo fundamentalmente íntegro. Percebe-se enfim em Hegel uma proximidade não opositiva do indivíduo com a sociedade, a qual, constituindo seu conceito, o ultrapassa e se realiza como liberdade que opera para além da autorreferenciação singular numa autopoiese do espírito. O objetivo deste trabalho é assim mostrar, senão a necessidade e os frutos – para as ciências sociais em geral, e a economia em particular – do pensamento hegeliano do indivíduo, ao menos como este se estrutura na Fenomenologia do Espírito, obra que insiste em querer particularizar nossas representações e instituições naturalizadas. ...
Abstract
Throughout times the economic thought, in its variety of schools, has reproduced an abbreviated idea of the individual, interrupted in his profound study, thus reducing it to an average idealized behavior or a product of societies equally abstract, bequeathing us this way an image often unrealistic of his nature. Paradoxically, the Hegelian philosophy, criticized by his idealism, is today regarded by many scholars as fruitful for an understanding of the individual in its concreteness. In this w ...
Throughout times the economic thought, in its variety of schools, has reproduced an abbreviated idea of the individual, interrupted in his profound study, thus reducing it to an average idealized behavior or a product of societies equally abstract, bequeathing us this way an image often unrealistic of his nature. Paradoxically, the Hegelian philosophy, criticized by his idealism, is today regarded by many scholars as fruitful for an understanding of the individual in its concreteness. In this work, we intend to follow how in that the development of the individual appears as singularity coming to be in history by recognizing itself as universal, denying substantial bonds of sense, or human nature. It is, therefore, the Hegelian orientation, to propose a emancipation movement of subjectivity as representative of an ontogeny of individuality in the extent which reflective determinations to be present in the grounding of agency, which only shows itself by an inversion of perspective on the “grammar” of the self-consciousness. This, in the moment that structures an ontologically grounded effectiveness, dealing with reflexive operators of desire, work and language by social practices, would show a nor pragmatic or normative content of the rationality of the subject. It is argued, however, that the concept of individual goes beyond his established positivation and meets a negativity in itself that breaks with its particular determinations. In this way we observe that besides the fact that individual necessarily presupposes a development in processes of socialization in the forms of relationship with the Other, it is also based in a negative ontology that is revealed in the limits of affirmative action, present in the image of the individual as "one", as something fundamentally intact. Finally it is perceived in Hegel a non-oppositional proximity of the individual with society that, constituting its concept, goes beyond it and realizes it as freedom that operates beyond the singular self reference in an autopoiesis of the spirit. The objective of this work is to show, if not the necessity and the rewards - for the social sciences in general and economics in particular – of the Hegelian thought of the individual, at least how it is structured in the Phenomenology of Spirit, a work that insists on particularize our naturalized representations and institutions. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Curso de Ciências Econômicas.
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