Relação entre o desalinhamento articular de membros inferiores de alunos de ballet clássico durante passos da técnica com a presença de lesões nestes segmentos
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Data
2014Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
Bailarinos de todo o mundo buscam aperfeiçoar a técnica do ballet clássico constantemente, e isso, somado ao alto grau de exigência física desta modalidade resulta em presença significativa de lesões nas articulações dos membros inferiores. Nessa perspectiva, os objetivos deste estudo foram: (1) avaliar a prevalência de lesões de membros inferiores (MsIs); (2) avaliar o alinhamento articular dos MsIs durante a execução dos passos demi plié, grand plié, elevé, relevé, passé e fondu em três difer ...
Bailarinos de todo o mundo buscam aperfeiçoar a técnica do ballet clássico constantemente, e isso, somado ao alto grau de exigência física desta modalidade resulta em presença significativa de lesões nas articulações dos membros inferiores. Nessa perspectiva, os objetivos deste estudo foram: (1) avaliar a prevalência de lesões de membros inferiores (MsIs); (2) avaliar o alinhamento articular dos MsIs durante a execução dos passos demi plié, grand plié, elevé, relevé, passé e fondu em três diferentes posições de pés (pés em rotação externa de 180º entre eles, de 120º entre eles e mantendo-os em paralelo); e (3) verificar a associação entre a presença ou não de lesão com o alinhamento ou desalinhamento articular dos MsIs em cada um dos passos analisados nas três diferentes posições de pés. A amostra foi composta por 19 bailarinos do 5º ano da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, os quais, em entrevista, responderam a perguntas sobre seu histórico de lesões em MsIs. Em um segundo momento, os bailarinos foram submetidos ao MADAAMI (Método de Avaliação Dinâmica do Alinhamento Articular dos Membros Inferiores), o qual permite avaliar a estabilização do arco do pé, o alinhamento entre joelho e pé ipsilateral e a estabilização pélvica. Os resultados indicaram que: (1) 73,7% dos bailarinos sofreram lesões durante seus anos de prática em ballet clássico e 100% dessas lesões acometeram seus MsIs; (2) destas 77,3% aconteceram na região dos pés e tornozelos, 13,7% na região dos joelhos e 9% na região pélvica; (3) houve um aumento percentual da queda prejudicial do arco do pé nas fases estáticas e ativas dos passos conforme se aumentava a rotação interna de fêmures, ou seja, saindo da posição de 180° de pés para o seu paralelismo, mas, em contrapartida; houve também um aumento percentual do alinhamento benéfico entre joelho e pé ipsilateral, fator indispensável para a prevenção da maioria das lesões associadas à prática do ballet; observou-se, ainda, que a grande instabilidade pélvica observada alterna entre ântero e retroversão pélvicas, sendo a tendência à anteversão mais presente durante as fases onde há flexão de joelhos e a tendência à retroversão mais presente nas fases onde não há flexão de joelhos; e (4) viu-se que a queda do arco longitudinal, quando os pés estavam posicionados em 120°, foi o único fator que significativamente associou-se com a presença das lesões apresentadas nos membros inferiores da amostra coletada. Conclui-se com este estudo que, conforme com o aumento de rotação interna de fêmures há uma melhora da estabilidade do arco do pé. Há também uma predominância de estabilidade do arco do pé e de alinhamento do joelho durante as fases estáticas e de instabilidade e desalinhamento nas fases ativas de cada passo, sendo menores na posição paralela em relação às posições de 180° e 120° dos pés. Na pelve ocorreu uma predominância de instabilidade, principalmente, durante as fases ativas dos passos. Por fim, o presente estudo apontou que a queda do arco longitudinal, quando os pés estão posicionados em 120°, foi o único fator que significativamente associou-se com a presença das lesões apresentadas nos membros inferiores da amostra coletada. ...
Abstract
Dancers all over the world seek to constantly improve their ballet technique; added to a high degree of physical demand, that results in significant injury rates of lower limb joints. This paper aims to (1) evaluate the prevalence of lower limb injuries; (2) evaluate joint alignment of lower limbs during the execution of demi plié, grand plié, elevé, relevé, passé and fondu in three different feet positions (feet on abduction with 180º in between, with 120º or in parallel); and (3) verify the a ...
Dancers all over the world seek to constantly improve their ballet technique; added to a high degree of physical demand, that results in significant injury rates of lower limb joints. This paper aims to (1) evaluate the prevalence of lower limb injuries; (2) evaluate joint alignment of lower limbs during the execution of demi plié, grand plié, elevé, relevé, passé and fondu in three different feet positions (feet on abduction with 180º in between, with 120º or in parallel); and (3) verify the association between injuries and misalignment of lower limbs, in each of the evaluated movements, in the three different feet positions. The sample was composed of 19 student dancers of the 5th year of The School of the Bolshoi Theater in Brazil, who were interviewed about past injuries. Afterwards, they were submitted to MADAAMI (Método de Avaliação Dinâmica do Alinhamento Articular dos Membros Inferiores - Method of Articular Dynamic Evaluation of Lower Limbs), which allows to evaluate the stabilization of the arch of the foot, the alignment between knee and ipsilateral foot, and pelvis stabilization. Results show: (1) 73,7% of the dancers suffered injuries during the years of practice in classical ballet, and 100% of these injuries attacked lower limbs; (2) 77,3% of these injuries attacked feet and ankles, 13,7% attacked knees, and 9%, pelvis; (3) there was a percentage raise in the harmful fall of the arch of the foot in the static and active phases of movements, as the internal rotation increased, or as the feet approached the parallel position. However, there was also an increase in the beneficial alignment between knee and ipsilateral foot, indispensable in the prevention of ballet associated injuries. Still, we observed that the high pelvic instability alternates anteversion and retroversion; the former is more frequent when the knee is flexed, and the latter, when it’s not; (4) we only found significant association of injuries with fall of the arch of the foot at 120°. According to this study, there is better stability of the arch of the foot as long as femur rotates internally; that also occurs during the static phase of the steps. In the active phase of the movements, misalignment and instability occurred, being softer in parallel position. Instability was evident at the pelvis, mainly in the active phase. Lastly, the longitudinal arch of the feet, when in 120° abduction, was the only significant association with lower limb injuries in this sample. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Educação Física. Curso de Dança: Licenciatura.
Coleções
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TCC Dança (148)
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