A qualidade do cuidado ofertado aos hipertensos na Atenção Primária à Saúde e sua efetividade na redução de internações por causas cardiovasculares em Porto Alegre/RS
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Data
2013Tipo
Assunto
Resumo
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é o problema de saúde mais frequente entre adultos na Atenção Primária à Saúde (APS) e de alto impacto na morbimortalidade, sendo essencial que os serviços de APS sejam estruturalmente organizados e utilizem intervenções apropriadas para o controle pressórico, capazes de reduzir eventos cardiovasculares nos indivíduos hipertensos. Esta tese tem o objetivo de avaliar a qualidade do cuidado assistencial ofertada aos hipertensos da rede de APS do Município de ...
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é o problema de saúde mais frequente entre adultos na Atenção Primária à Saúde (APS) e de alto impacto na morbimortalidade, sendo essencial que os serviços de APS sejam estruturalmente organizados e utilizem intervenções apropriadas para o controle pressórico, capazes de reduzir eventos cardiovasculares nos indivíduos hipertensos. Esta tese tem o objetivo de avaliar a qualidade do cuidado assistencial ofertada aos hipertensos da rede de APS do Município de Porto Alegre, e seu impacto na redução de hospitalizações. Realizou-se um estudo transversal de base populacional, onde foram avaliados os usuários (628 hipertensos reconhecidos), os profissionais de saúde (174 médicos e 88 enfermeiros) e os coordenadores de 70 unidades de saúde. Entre os usuários, estimou-se a prevalência de mudanças de estilo de vida (dieta, atividade física, perda de peso, cessação do tabagismo e redução do consumo de álcool) e o uso de medicamentos (anti-hipertensivos, aspirina e estatina), assim como a taxa de hospitalizações. Com relação à estrutura das unidades de saúde, cerca de um terço não apresentavam um seguimento adequado dos pacientes, sem protocolo definido ou grupo de hipertensos, além da falta de medicamentos essenciais. Observou-se uma resposta insatisfatória dos profissionais sobre o conhecimento de condutas efetivas na abordagem ao hipertenso (avaliação do risco cardiovascular, indicações de medidas não farmacológicas e farmacológicas para o tratamento, e solicitação de exames de seguimento), porém com diferenças significativas para alguns itens favoráveis à profissão médica, ao gênero feminino, ao menor tempo de formado, a ser especialista em medicina de família e comunidade, e ter feito alguma atualização no último ano. Na análise realizada no estudo transversal com os hipertensos reconhecidos, a partir das medidas de impacto sobre a doença, estimou-se uma redução de 22% nas hospitalizações para uma coorte hipotética de 500 hipertensos acompanhados por uma equipe da Estratégia Saúde da Família, por 10 anos, a partir da implementação das intervenções não farmacológicas e farmacológicas entre os hipertensos elegíveis. Estes achados mostram unidades com uma estrutura inadequada ao cuidado efetivo com o hipertenso, além do conhecimento insuficiente dos profissionais de saúde sobre as condutas baseadas em evidências na abordagem integral destes pacientes. Contudo, existe uma possibilidade de redução de mais de 20% de hospitalizações com o incremento das intervenções. Para isto, faz-se necessária a reorganização da rede de APS, através da qualificação de sua estrutura e do processo, de modo a incorporar efetivamente estas medidas ao processo de trabalho das equipes frente ao cuidado com o paciente hipertenso. ...
Abstract
Hypertension (HTN) is the most common health problem among adults in Primary Health Care (PHC), with a high impact on morbidity and mortality. Thus, it is essential that Primary Health Care services be structurally organized and have appropriate interventions for blood pressure control, effective to reduce cardiovascular events in hypertensive individuals. This paper aims to evaluate the quality of primary health care offered to hypertensive patients in the Primary Health Care (PHC) network in ...
Hypertension (HTN) is the most common health problem among adults in Primary Health Care (PHC), with a high impact on morbidity and mortality. Thus, it is essential that Primary Health Care services be structurally organized and have appropriate interventions for blood pressure control, effective to reduce cardiovascular events in hypertensive individuals. This paper aims to evaluate the quality of primary health care offered to hypertensive patients in the Primary Health Care (PHC) network in the Municipality of Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, Southern Brazil, and its impact on reducing hospitalization rates. A cross-sectional population-based study was performed, in which healthcare users (628 recognized hypertensive individuals), healthcare professionals (174 physicians and 88 nurses) and healthcare unit managers of 70 units were evaluated. Among healthcare users it was estimated the prevalence of lifestyle changes (diet, physical activity, weight loss, smoking cessation and reduction of alcohol consumption) and use of medications (antihypertensives, aspirin and statin), as well as hospitalization rates. As to the structure of the healthcare units evaluated, around one third of them failed to provide a proper patients’ follow-up care, showed no definition of protocol or group of hypertensive individuals and lacked essential medicines. A poor response from healthcare professionals was observed regarding their knowledge about effective conducts in the hypertensive patients approach (cardiovascular risk assessment, indications of non-pharmacological and pharmacological treatments, and follow-up exams request), but with significant differences regarding aspects which favours the medical profession, female gender, shorter time since graduation, being a specialist in Family and Community Medicine, and having done some updating over the last year. In the analysis performed on the recognized hypertensive individuals of crosssectional study, regarding the impact of control measures on the disease, it was estimated a 22% reduction in hospitalization rates for a hypothetical cohort of 500 hypertensive individuals assisted by a Family Health Strategy team for 10 years, after the implementation of pharmacological and non-pharmacological interventions among the eligible hypertensive. These findings reveal healthcare units with an inadequate structure to the effective care of hypertensive patients, in addition to insufficient knowledge on the part of the healthcare professionals about evidencebased guidelines in the comprehensive approach of these patients. However, there is a possibility of reduction of more than 20% of hospitalizations by means of increasing the interventions. In order to achieve this goal, Primary Health Care (PHC) network has to undergo a reorganization through the qualification of its structure and processes so as to incorporate these interventions effectively into the work routine of the teams in charge with the hypertensive patients’ care. ...
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