A mercantilização da agricultura familiar : um estudo de caso da comunidade de São José do Caí, município de Nova Petrópolis/RS

Abstract

Esta monografia aborda o estudo do fenômeno da mercantilização da agricultura familiar na comunidade de São José do Caí, Município de Nova Petrópolis, RS. Aborda a transformação da forma familiar de produção engendrada pelos imigrantes alemães na ocupação das terras na metade do século XIX, que levou os “colonos” através de suas estratégias de reprodução a se transformarem (metamorfosear) em agricultores familiares. Esta transformação se dá mediante a crescente inserção mercantil que se acentuou no final da década de 70, através da externalização das relações de produção, a qual torna o agricultor dependente das relações a montante e a jusante da sua porteira com o ambiente social e econômico. A metodologia da pesquisa se respalda num estudo de caso, que busca no processo histórico uma relação teórico-empírica para desvelar este fenômeno. Contudo, há uma ambivalência conceitual que deve ser analisada ao longo de sua trajetória espacial e temporal, de uma agricultura colonial voltada basicamente à reprodução social, para uma “nova” estrutura social e econômica com crescentes vínculos mercantis e de crescente inserção a uma economia de mercado. Ao mesmo tempo, que o processo histórico tem demonstrado um crescente aumento no grau de mercantilização das unidades familiares, surgem estratégias para lograr êxito da inserção mercantil a fim de garantir o processo de reprodução social. Ou seja, a agricultura familiar foi capaz, não só de se manter, mas de se adaptar e se fortalecer através da dinâmica das estratégias estabelecidas neste novo ambiente econômico e social no qual estão inseridos.

This monograph deals with the study of the phenomenon of the family farming commercialization in the community of São José do Caí, city of Nova Petrópolis, RS. It deals with the transformation of the familial form of production engendered by German immigrants in the occupation of the land in half of the 19th Century, which led the "settlers" through their strategies of reproduction to become (metamorphosed into) on family farmers. This transformation takes place through the increasing mercantile insertion which has accentuated in the late 1970s, through the externalization of the production relations, which makes the farmer dependent on relations with upstream and downstream from his gate with the social and economic environment. The research methodology is based on a case study, which search in the historical process a theoretical-empirical relationship to unveil this phenomenon. However, there is an conceptual ambivalence that must be analyzed along its spatial and temporal trajectory, from a colonial agriculture, directed basically to social reproduction, to a "new" social and economic structure with increasing mercantile bonds and an increasing insertion into economy market. At the same time, that the historical process has shown a growing increase in the level of commercialization of the family units, there are strategies for achieving success of mercantile insertion in order to ensure the process of social reproduction. In other words, the family farming was able, not only to maintain but to adapt and strengthen through the dynamics of the strategies set out in this new economic and social environment in which they are inserted.