Propostas pedagógicas alternativas : resistência dos alunos

Abstract

Propostas lúdicas e atividades pedagógicas alternativas são consideradas como ferramentaschave a serem incluídas nas rotinas das salas de aula por professores que buscam melhorar a qualidade do ensino. Atividades como jogos, trabalho em equipe e aulas práticas, por valorizarem a autonomia dos estudantes, fazem dos mesmos os sujeitos dos processos de ensino e aprendizagem. Contudo, apesar das evidentes vantagens na inclusão dessas propostas pedagógicas no cotidiano das escolas, percebe-se a existência de certas atitudes resistentes dos alunos quando se deparam com as mesmas. Conversas altas, passeios pela sala de aula, demora para iniciar a tarefa ou mesmo a não realização dessa são algumas das formas de resistir à proposta do professor. O objetivo deste trabalho foi procurar as possíveis causas para as atitudes resistentes dos estudantes, através da análise de fragmentos selecionados de relatórios de Estágio de Docência de professores de Ciências e de Biologia. Para verificação das atitudes resistentes, bem como de sua recorrência, os fragmentos foram organizados em categorias de acordo com a resposta dos alunos às atividades. Através dessa categorização, concluiu-se que os alunos são mais resistentes quando precisam participar de atividades alternativas que não fazem parte do seu cotidiano. Resistência a trabalhos em pequenos grupos e a atividades em que os estudantes precisavam se expor também apresentaram alta recorrência. A baixa frequência das demais categorias – resistência em ter papel ativo e resistência ao longo da aula – pode estar relacionada a sua omissão nos relatórios analisados ou pela não percepção dessas formas de resistência por parte do professor ao longo das atividades.