O luto pela morte do cão de estimação

Abstract

A relação entre humanos e animais de estimação tem se tornado cada vez mais próxima,sendo os pets frequentemente percebidos como membros da família e fontes de apoio emocional. Diante da morte do pet, muitos tutores vivenciam um processo de luto semelhante ao vivido na perda de entes humanos. No entanto, o luto pelo pet ainda é frequentemente não-reconhecido socialmente, o que pode agravar o sofrimento do tutor. Este estudo, composto por um estudo teórico e uma pesquisa empírica qualitativa, busca compreender os impactos da perda de um cão de estimação na vida do tutor. O capítulo teórico aborda o vínculo humano-pet, os efeitos na saúde mental do tutor e os principais modelos de compreensão do luto, com base na Teoria do Apego e em autores como Bowlby, Worden, Parkes e Stroebe e Schut. O estudo empírico entrevistou 15 tutores enlutados e utilizou a Análise Temática de Braun e Clarke, identificando cinco temas centrais: vínculo com o pet, sentimentos e consequências do luto, processo de elaboração, reconhecimento social e mudanças na relação com outros animais. Os achados revelam a importância do cão na vida dos tutores, o sofrimento profundo pela perda e o impacto do suporte social e profissional no processo de luto. O estudo reforça a legitimidade do luto pelo pet e a necessidade de maior reconhecimento e acolhimento dessa experiência por parte da sociedade e dos profissionais da saúde.

The relationship between humans and their pets has become increasingly close, with pets often regarded as family members and sources of emotional support. When a pet dies, many owners experience a grieving process similar to that of losing a human loved one. However, pet loss grief is still frequently socially unrecognized, which can intensify the owner's suffering. This study, composed of a theoretical study and a qualitative empirical research, seeks to understand the impacts of losing a pet dog on the owner's life. The theoretical chapter discusses the human-pet bond, its effects on the owner's mental health, and major grief models, drawing on Attachment Theory and authors such as Bowlby, Worden, Parkes, and Stroebe and Schut. The empirical study involved interviews with 15 bereaved dog owners and thematic analysis by Braun and Clarke, identifying five core themes: the pet’s role in the owner’s life, grief feelings and consequences, grief processing, social recognition, and changes in relationships with other animals. Findings highlight the emotional importance of the dog, the depth of grief, and the role of social and Professional support in coping. The study emphasizes the legitimacy of pet grief and the need for greater societal and clinical acknowledgment of this experience.

La relación entre los seres humanos y sus mascotas se ha vuelto cada vez más cercana, siendo las mascotas consideradas miembros de la familia y fuentes de apoyo emocional. Ante la muerte de una mascota, muchos tutores experimentan un proceso de duelo similar AL vivido por la pérdida de un ser querido humano. Sin embargo, el duelo por la mascota sigue siendo frecuentemente no reconocido socialmente, lo que puede intensificar el sufrimiento del tutor. Este estudio, compuesto por un estudio teórico y una investigación empírica cualitativa, busca comprender los impactos de la pérdida de un perro en la vida del tutor. El capítulo teórico aborda el vínculo humano-mascota, sus efectos en la salud mental del tutor y los principales modelos de duelo, con base en la Teoría del Apego y autores como Bowlby, Worden, Parkes y Stroebe y Schut. El estudio empírico incluyó entrevistas con 15 tutores en duelo y un análisis temático según Braun y Clarke, identificando cinco temas centrales: el papel del perro en la vida del tutor, sentimientos y consecuencias del duelo, elaboración del duelo, reconocimiento social y cambios en la relación con otros animales. Los hallazgos destacan la importancia emocional del perro, la profundidad del duelo y el papel del apoyo social y profesional. El estudio refuerza la legitimidad del duelo por mascotas y la necesidad de mayor reconocimiento social y clínico de esta vivencia.