O alarmismo sobre grupos terroristas na Síria como estratégia estadunidense para o Oriente Médio de 2014 a 2018

Abstract

O seguinte trabalho tem como tema a Segurança Internacional, e enfoca o tópico do Terrorismo. A partir da sensibilidade da população estadunidense sobre o assunto, principalmente após o fatídico 11 de setembro de 2001, e a política dos Estados Unidos (EUA) de combate ao terrorismo é importante refletir se os governos mobilizam a temática do terrorismo em prol de uma estratégia maior. Assim, o objetivo geral do trabalho é verificar se os EUA utilizam uma política alarmista sobre grupos na Síria como estratégia de manter sua presença no Oriente Médio. O conceito Fearmongering, desenvolvido por John Mearsheimer, embasa o trabalho por abordar o alarmismo como um tipo de mentira utilizado pelos governos para buscar apoio da população na sua política externa. Desse modo, o primeiro objetivo específico é apresentar a definição de terrorismo, como ele se manifesta na opinião pública, e por fim a relação entre opinião pública e política externa, focalizando a política alarmista utilizada pelos governos. O segundo objetivo específico é retomar o histórico do conflito civil sírio, destacando o envolvimento de potências externas no conflito bem como a relevância estratégica do país para os EUA. Já o terceiro objetivo específico é analisar se o governo estadunidense fez uma política alarmista sobre grupos terroristas na Síria entre os anos de 2014 a 2018. Na pesquisa utiliza-se a metodologia qualitativa e, com o auxílio do software AntConc, foi feita a análise de conteúdo dos seguintes documentos: o discurso anual State of the Union, o discurso anual na Assembleia Geral das Nações Unidas e o relatório United States National Security Strategy. Com a ferramenta Key Words in Context (KWIC) foi possível identificar não só o número de vezes que as palavras Syria, Hezbollah, ISIS, terrorismo, terrorists, enemies, evil e criminals são mencionadas bem como o contexto em que aparecem. Os principais resultados encontrados foram a assiduidade das menções à Síria nos documentos analisados, bem como a adjetivação dos grupos terroristas e o reforço da ameaça que principalmente a Al-Qaeda e o ISIS representam ao povo estadunidense. Portanto, pôde-se concluir que os EUA fazem uso do alarmismo sobre esses grupos e com isso angariam apoio popular para manter seu envolvimento na Síria.

The following work focuses on the theme of International Security, with an emphasis on the topic of Terrorism. Given the sensitivity of the American population regarding this issue, particularly after the tragic events of September 11, 2001, and the United States' (U.S.) counterterrorism policies, it is important to reflect on whether governments mobilize the topic of terrorism as part of a broader strategy. Thus, the general objective of this work is to assess whether the U.S. uses an alarmist policy regarding groups in Syria as a strategy to maintain its presence in the Middle East. The concept of Fearmongering, developed by John Mearsheimer, supports this study by addressing alarmism as a type of lie used by governments to garner public support for their foreign policies. Therefore, the first specific objective is to present the definition of terrorism, how it is manifested in public opinion, and, finally, the relationship between public opinion and foreign policy, focusing on the alarmist politics employed by governments. The second specific objective is to revisit the history of the Syrian civil conflict, highlighting the involvement of external powers in the conflict as well as the strategic importance of the country for the U.S. The third specific objective is to analyze whether the U.S. government pursued an alarmist policy regarding terrorist groups in Syria between 2014 and 2018. The research employs a qualitative methodology, and with the help of the software AntConc, a content analysis of the following documents was conducted: the annual State of the Union address, the annual speech at the United Nations General Assembly, and the United States National Security Strategy report. Using the Key Words in Context (KWIC) tool, it was possible to identify not only the frequency of the terms Syria, Hezbollah, ISIS, terrorism, terrorists, enemies, evil, and criminals, but also the context in which they appear. The main findings were the frequent mentions of Syria in the analyzed documents, as well as the adjectives used to describe terrorist groups and the reinforcement of the threat posed primarily by Al-Qaeda and ISIS to the American people. Therefore, it can be concluded that the U.S. makes use of alarmism regarding these groups, thereby gaining popular support to maintain its involvement in Syria.