Lugar de memória os interdiscursos no Memorial da Resistência de São Paulo

Abstract

Este artigo tem como objetivo compreender, a partir de conceitos da Análise de Discurso de linha francesa, os interdiscursos que estão marcados no Memorial de Resistencia de São Paulo (MRSP). Defendemos que o memorial pode ser considerado a materialidade que abriga diferentes interdiscursos e os sentidos que eles produzem. Ao descrevermos a forma como o MRSP foi construído, concluímos que os sujeitos que fizeram parte dessa construção estão inscritos em diferentes formações discursivas, relacionadas a formações ideológicas diversas. Num processo de negociação entre a tentativa de apagamento de memórias sobre a ditadura brasileira e a busca de preservação dessas memórias, o memorial se constituiu hoje como um lugar de memória representado pela exposição de longa duração criada em 2009.

This article aims to understand, based on concepts from the French school of Discourse Analysis, the interdiscourses that are embedded in the Memorial da Resistência de São Paulo (MRSP). We argue that the memorial can be considered the materiality that houses different interdiscourses and the meanings they produce. By describing the way the MRSP was constructed, we conclude that the subjects involved in this construction are inscribed in different discursive formations, related to diverse ideological formations. In a process of negotiation between the attempt to erase memories of the Brazilian dictatorship and the effort to preserve those memories, the memorial has today become a place of memory represented by the long-term exhibition created in 2009.