Intoxicações por medicamentos no estado do Rio Grande do Sul e o impacto da pandemia COVID-19

Abstract

Estima-se que pacientes com transtornos mentais apresentaram maior vulnerabilidade, visto que o quadro psicossocial se agravou diante do isolamento social e o padrão de consumo de psicofármacos aumentou, durante a pandemia COVID-19. A intoxicação ocorre quando um medicamento é administrado ou entra em contato com organismo em doses acima das recomendadas para o tratamento. O objetivo do trabalho foi analisar o perfil epidemiológico dos casos de intoxicações por medicamentos no estado do Rio Grande do Sul e verificar o impacto da pandemia COVID-19. Foi realizado estudo epidemiológico, descritivo documental, retrospectivo com abordagem analítica, empregando dados do CIT-RS no período de 2019 a 2021. As classes que têm ação no sistema nervoso central estão envolvidas no maior número de casos de intoxicações, benzodiazepínicos têm maior relevância (n=8533). A tentativa de suicídio (n=28773) foi a circunstância que apresentou o maior número de casos de intoxicações por medicamentos envolvendo associação entre benzodiazepínicos (25,95%) e antidepressivos (25,42%), e cura suposta (n=21689) foi o desfecho com maior número de casos. Casos de intoxicação por benzodiazepínicos (14,08%) não evoluíram ao óbito (n=71). Evidenciou-se que pacientes da saúde mental, estavam mais vulneráveis, pois os problemas de saúde mental foram agravados, diante do isolamento social e da crise econômica. Culminando no uso irracional de medicamentos e no elevado padrão de consumo de psicofármacos. Contudo, casos de intoxicações por medicamentos se mantiveram constantes, durante todo o segmento. Pois não houve relação causal entre o padrão de consumo de medicamentos e os casos de intoxicações por medicamentos.