Cidade de terror : uma experiência com o cinema no ensino de Artes Visuais

Abstract

Esta pesquisa apresenta-se como um relato e uma reflexão a partir de experiências com um projeto sobre cinema de terror, realizado com turmas do oitavo ano do Ensino Fundamental II, de uma escola da rede privada, na cidade de Porto Alegre. Nesse projeto, intitulado “Cidade do Terror”, os estudantes foram instigados a pesquisar sobre as lendas urbanas da cidade e, a partir dos estudos acerca da linguagem cinematográfica e do gênero de terror no cinema, foram convidados a produzir cartazes de um filme com base nessas lendas e peças audiovisuais (teasers), dialogando por meio de suas referências e experiências filmográficas com esse gênero do cinema. As análises têm o aporte dos campos de estudo da Cultura Visual (Hernández, 2007; 2011), da Alfabetização Audiovisual (Fresquet, 2007a) e do Ensino de Arte (Pillar, 2006). A investigação foi desenvolvida utilizando a investigação narrativa (Bolívar; Domingo; Fernández, 2001), entendendo que esta coloca o pesquisador de modo mais ativo e privilegiado na compreensão de significados, pensando a pesquisa como uma experienciação prática, viva e reflexiva sobre os processos de ensino, aprendizagem e constituição docente. Os resultados apontam para um projeto que valoriza as referências cinematográficas dos estudantes em interlocução com o patrimônio material e imaterial da cidade que habitam, levando-os a perceber que as imagens que os cercam podem e devem ser estudadas, decodificadas e contextualizadas em processos de produção, análise e leitura crítica. Ao se envolverem com as lendas urbanas de Porto Alegre, os estudantes reelaboraram sua percepção do lugar onde vivem, valorizando as narrativas e a história da cidade. Além disso, o uso do cinema de terror e seus temas ressoou entre esses sujeitos, que viram num projeto como esse a possibilidade de elaborar seus medos e monstros por meio da linguagem cinematográfica, permitindo que desenvolvessem suas subjetividades como indivíduos, se apropriando dos fenômenos visuais, narrativos e discursivos que fazem parte do modo como nos comunicamos e interagimos com o mundo.

Esta investigación se presenta como un relato y una reflexión a partir de experiencias con un proyecto sobre cine de terror, realizado con clases del octavo grado de la Educación Primaria II, en una escuela de la red privada, en la ciudad de Porto Alegre. En este proyecto, titulado “Ciudad del Terror”, los estudiantes fueron motivados a investigar sobre las leyendas urbanas de la ciudad y, a partir de los estudios sobre el lenguaje cinematográfico y el género de terror en el cine, fueron invitados a producir carteles de una película basados en estas leyendas y piezas audiovisuales (teasers), dialogando a través de sus referencias y experiencias filmográficas con este género del cine. Los análisis se apoyan en los campos de estudio de la Cultura Visual (Hernández, 2007; 2011), la Alfabetización Audiovisual (Fresquet, 2007a) y la Enseñanza en Artes Visuales (Pillar, 2006). La investigación se desarrolló utilizando la investigación narrativa (Bolívar; Domingo; Fernández, 2001), entendiendo que esta coloca al investigador de manera más activa y privilegiada en la comprensión de significados, considerando la investigación como una experiencia práctica, viva y reflexiva sobre los procesos de enseñanza, aprendizaje y constitución docente. Los resultados señalan un proyecto que valoriza las referencias cinematográficas de los estudiantes en interlocución con el patrimonio material e inmaterial de la ciudad que habitan, llevándolos a percibir que las imágenes que los rodean pueden y deben ser estudiadas, decodificadas y contextualizadas en procesos de producción, análisis y lectura crítica. Al involucrarse con las leyendas urbanas de Porto Alegre, los estudiantes reelaboraron su percepción del lugar donde viven, valorizando las narrativas y la historia de la ciudad. Además, el uso del cine de terror y sus temas resonó entre estos sujetos, que vieron en un proyecto como este la posibilidad de elaborar sus miedos y monstruos a través del lenguaje cinematográfico, permitiendo que desarrollaran sus subjetividades como individuos, apropiándose de los fenómenos visuales, narrativos y discursivos que forman parte de la manera en que nos comunicamos e interactuamos con el mundo.