Becos da memória : território, corpo e reinvenção
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Data
2023Tipo
Assunto
Resumo
Levando em consideração os vários silenciamentos impostos às mulheres negras na sociedade brasileira e, também, sua invisibilização tanto na literatura quanto na história oficial da nação, a escrevivência surge como um manifesto potente, que busca romper com paradigmas excludentes ao inscrever um corpo autoral por meio de um gesto de escrita. Evaristo é uma autora que nos brinda com uma série de metáforas que fazem do lugar físico da favela-corpo da negritude e de seus apagamentos sistemáticos, ...
Levando em consideração os vários silenciamentos impostos às mulheres negras na sociedade brasileira e, também, sua invisibilização tanto na literatura quanto na história oficial da nação, a escrevivência surge como um manifesto potente, que busca romper com paradigmas excludentes ao inscrever um corpo autoral por meio de um gesto de escrita. Evaristo é uma autora que nos brinda com uma série de metáforas que fazem do lugar físico da favela-corpo da negritude e de seus apagamentos sistemáticos, desencadeados por um pacto perverso que visa ao silenciamento e a mortificação, uma possibilidade de remontar um corpo autoral e descolonizado através da escrita de memórias. Em sua escrita, o território, o corpo, a memória, a política e a ficção se misturam e confundem, produzindo novas imagens pensantes e narrativas que deslocam esse corpo, banhando-o de novos sentidos e significância política. O foco desta análise não pretende se ater a um discurso reducionista que busca uma mera transposição das condições sociopolíticas da população negra no Brasil para a literatura, mas, sim, de tentar alcançar a profundidade da narrativa em sua potência ficcional de denúncia e autoria. ...
Abstract
Taking into account the silencing imposed on black women in Brazilian society, and also their invisibilization both in literature and in the nation’s official history, writing emerges as a powerful manifesto that seeks to break with exclusionary paradigms by inscribing an authorial body through a writing gesture. Evaristo is an author who offers us a series of metaphors that make the place of the favela-blackness body and its systematic erasures, triggered by a perverse pact that aims silencing ...
Taking into account the silencing imposed on black women in Brazilian society, and also their invisibilization both in literature and in the nation’s official history, writing emerges as a powerful manifesto that seeks to break with exclusionary paradigms by inscribing an authorial body through a writing gesture. Evaristo is an author who offers us a series of metaphors that make the place of the favela-blackness body and its systematic erasures, triggered by a perverse pact that aims silencing and mortification, a possibility of reassembling an authorial and decolonized body through the writing of memoirs. In her writing, the territory, the body, memory, politics and fiction are mixed, producing new thinking images and narratives that make this body shift, bathing it in new meanings and political significance. The focus of this analysis is not intended to stick to a reductionist discourse that seeks a mere transposition of the sociopolitical conditions of the black population in Brazil into literature, but rather to try and reach the depth of the narrative in its fictional power of denunciation and authorship. ...
Contido em
Caderno seminal. Rio de Janeiro, RJ. N. 46 (2023), p. 170-212
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