Inflação e políticas monetárias no Brasil e no mundo durante a pandemia : análise de evolução e eficiência de 2020 a 2023

Abstract

A pandemia causou muitas mudanças nas vidas das pessoas e, fora os evidentes problemas sanitários e sociais, os problemas econômicos também afetaram o cenário global. Um desses fatores, foi a crescente inflacionária durante o período. Segundo a teoria econômica, a inflação possui diferentes causas e diferentes soluções e, além disso, afeta praticamente todos os agentes econômicos de diversas formas. Assim, se faz necessário entender e conter o fenômeno no momento em que este saí do controle, ou das metas. Este trabalho procura, portanto, estudar a inflação durante a pandemia, tendo como objeto os índices brasileiros e de demais economias selecionadas, sendo estas México, Estados Unidos, Chile e a Zona do Euro. Ademais, o estudo também busca analisar as políticas monetárias aderidas pelos bancos centrais dessas economias, avaliando sua trajetória e eficiência. Utilizando das próprias metas de cada banco central como parâmetro de eficiência, foram analisadas as trajetórias e causas das inflações. Assim, notou-se um padrão entre as nações, oriundo do cenário global o qual o mundo se encontrava durante a pandemia. Este padrão de evolução e origem da inflação mudou ao longo do período de forma relativamente semelhante. Inicialmente, a queda na atividade econômica causou uma queda no nível de inflação que fez com que as autoridades monetárias tomassem medidas expansivas em um primeiro momento, porém, logo, o cenário se reverteu com a reabertura das economias, algo que foi de encontro com entraves nas cadeias produtivas e o rebote das políticas expansivas de incentivo à demanda. Assim, apesar das origens da inflação na parte da oferta, os choques foram externos e, além disso, houve também choques de demanda. Por conseguinte, as políticas monetárias recessivas foram adotadas e os resultados do estudo mostram que os bancos centrais que se mantiveram mais atualizados com os caminhos da inflação e mudaram sua estratégia com mais antecedência tiveram maior sucesso em trazer seus índices de volta a suas respectivas metas.

The pandemic caused many changes in people's lives, and aside from the evident health and social issues, economic problems also affected the global landscape. One such factor was the rising inflation during this period. According to economic theory, inflation has various causes and solutions, and it affects nearly all economic agents in different ways. Therefore, it is necessary to understand and contain the phenomenon when it goes out of control or deviates from targets. This paper aims to study inflation during the pandemic, focusing on Brazilian indices and those of selected other economies, namely Mexico, the United States, Chile, and the Eurozone. Moreover, the study also seeks to analyze the monetary policies adopted by the central banks of these economies, assessing their trajectories and effectiveness. Using each central bank's own targets as a measure of efficiency, the trajectories and causes of inflation were analyzed. A pattern was observed among the nations, originating from the global scenario during the pandemic. This pattern of inflation evolution and origin changed in a relatively similar manner over the period. Initially, the decline in economic activity caused a drop in inflation rates, leading monetary authorities to take expansive measures. However, this situation soon reversed with the reopening of economies, which encountered disruptions in supply chains and a rebound from expansive demand-incentive policies. Thus, despite the supply-side origins of inflation, the shocks were external and included demand shocks as well. Consequently, recessive monetary policies were adopted, and the study's results show that central banks that remained more attuned to inflation trends and adjusted their strategies more promptly were more successful in bringing their indices back to their respective targets.