Quando a pedra rola ladeira abaixo : o sofrimento ontológico e a felicidade

Abstract

Entendemos a chamada positividade tóxica e a medicalização da vida como consequências de uma filosofia de vida amplamente presente na sociedade capitalista e influenciada por uma matriz de pensamento neoliberal. Assim sendo, optou-se por mergulhar nas obras de filósofos da antiguidade, orientais e existenciais, como também de teóricos do campo da psicanálise, com o intuito de trazer à tona o caráter ontológico do sofrimento como parte fundamental da condição humana. Tendo isso em vista, buscou-se refletir sobre os conceitos de felicidade e sofrimento para além de uma simples binariedade e oposição. Hoje, as temáticas da tristeza, sobretudo no quadro clínico da depressão, parecem estar sob domínio da psiquiatria. Ao visitar a concepção de autores como Epicuro, Albert Camus, Sigmund Freud e Friedrich Nietzsche, percebe-se a importância que esses autores deram ao assunto enquanto uma questão filosófica complexa, sem fórmulas prontas de produção de felicidade que possam ser aplicadas para um sujeito universal. Dessa forma, temos como objetivo (re)pensar o que seria a felicidade na contemporaneidade e suas problemáticas adjacentes, com o intuito de buscar um outro olhar que não caia na patologização do sujeito e da dor.