Caracterização de fala na doença de parkinson de início precoce

Abstract

Introdução: A disartria em indivíduos com DP de início precoce é pouco descrita na literatura. Objetivo: Caracterizar a fala de pacientes com Doença de Parkinson de início precoce e relacionar com dados clínicos. Metodologia: Estudo transversal aprovado sob o número 2021-0386. Foram incluídos pacientes com DP de início precoce (antes dos 50 anos). Excluíram-se do estudo sujeitos que apresentaram outras condições neurológicas ou sistêmicas que pudessem afetar a fala. Para o grupo controle foram usados os mesmos critérios de exclusão. Quinze controles saudáveis, pareados por sexo e idade foram recrutados. Dados clínicos foram retirados de prontuários.Tarefas de fala incluíram a produção da vogal /a/ sustentada, /iu/ alternadamente, diadococinesia /pa-ta-ka/ e fala espontânea. A análise perceptivo- auditiva foi realizada por fonoaudiólogas que classificaram a disartria em normal, leve, moderada ou grave e a análise acústica foi realizada por meio do software PRAAT. Resultados: Participaram do estudo 30 indivíduos com DP de início precoce e 15 indivíduos saudáveis, sendo 18 (64,3%) homens com DP precoce. análise perceptiva auditiva da fala 96,66% (n=29) dos pacientes com DP foram diagnosticados com disartria. As alterações nas bases motoras foram: fonação (96,7%), respiração (86,7%), articulação (86,6%), ressonância (73,3%) e prosódia (76,7%). Conclusão: A caracterização de fala da DP precoce desta amostra foi de disartria leve com alterações nas bases motoras de fonação, respiração, articulação, ressonância e prosódia sem correlação da fala com as variáveis clínicas.

Background: Dysarthria in individuals with early onset PD is poorly described in the literature. Objective: To Characterize the speech of patients with early onset Parkinson's disease and relate it to clinical data. Methods: Cross-sectional study approved under number 2021-0386. Patients with early onset PD (before the age of 50 years) were included. Subjects with other neurological or systemic conditions that could affect speech were excluded from the study. The same exclusion criteria were used for the control group. Fifteen healthy controls, matched by sex and age, were recruited. Clinical data were taken from medical records. Speech tasks included the production of sustained vowel /a/, /iu/ alternately, diadochokinesis /pa-ta-ka/ and spontaneous speech. The perceptual-auditory analysis was carried out by speech therapists who classified the dysarthria as normal, mild, moderate or severe, and the acoustic analysis was carried out using PRAAT software. Results: Thirty individuals with early onset PD and 15 healthy individuals participated in the study; 18 (64.3%) were men with early onset PD. In perceptual auditory speech analysis, 96.66% (n=29) of the patients with PD were diagnosed with dysarthria. Changes in motor bases were: phonation (96.7%), breathing (86.7%), articulation (86.6%), resonance (73.3%) and prosody (76.7%). Conclusion: The speech characterization of early PD in this sample was mild dysarthria with alterations in the motor bases of phonation, breathing, articulation, resonance and prosody with no correlation of speech with clinical variables.