Efeito da intervenção motora precoce remota no desenvolvimento motor e nas oportunidades do ambiente dos bebês de risco

Abstract

Introdução: O desenvolvimento motor é um processo de mudanças que ocorre no sujeito, as quais têm relação principalmente com a maturação neurológica e cognitiva. É durante a infância que as habilidades motoras são adquiridas, portanto, é necessário oferecer um ambiente oportuno para novas experiências e descobertas, objetivando assim, uma adequada evolução do sistema nervoso infantil. Durante a pandemia da COVID-19, surgiu a possibilidade de continuidade dos tratamentos e atendimentos de forma remota. Objetivo: Investigar qual é o efeito da intervenção motora precoce remota no desenvolvimento motor e nas oportunidades ambientais dos bebês de risco. Materiais e Métodos: Estudo ex post facto retrospectivo. 18 bebês de risco de 3 a 18 meses foram avaliados através das escalas Alberta Infant Motor Scale (AIMS) e Affordances in the Home Enviroment for Motor Development – Infant Scale (AHEMD-IS), antes e depois de três meses de atendimento remoto. Resultados: Houve predominância de bebês do sexo masculino. Observou-se melhora na classificação da AIMS, onde 66% dos bebês com atraso no desenvolvimento diminuíram para 38%, bebês classificados como “típicos” aumentaram de 22% para 38% na amostra após a intervenção, tendo resultado significativo na função motora. No AHEMD-IS, observou-se melhora na classificação total “excelente”, aumentando de 50% para 66% da amostra. Em relação ao espaço físico não teve resultado significativo pois as crianças se mantiveram no mesmo espaço antes e depois da intervenção, assim como a variedade de estimulação e brinquedos de motricidade fina e ampla. Os bebês que mais aumentaram a variedade de estimulação pelo AHEMD-IS foram os que mais melhoraram o escore de sedestação. Conclusão: Concluiu-se que a intervenção motora precoce de forma remota é capaz de melhorar a função motora dos bebês, porém não foi possível visualizar a capacidade destes atendimentos em melhorar as oportunidades do ambiente em que os bebês estão inseridos.

Introduction: Motor development is a change process that occurs in the subject, which is related mainly to neurological and cognitive maturation. It is during childhood that motor abilities are acquired, therefore, it is necessary to offer a propitious environment to new experiences and discoveries, thus, aiming at an adequate evolution of the child’s nervous system. During the COVID-19 pandemic, the possibility of remote continuity of treatment and sessions emerged. Objective: To investigate what is the effect of remote early intervention on motor development and environmental opportunities of at-risk infants. Methods: Ex post facto retrospective study. 18 at-risk infants, from three to 18 months were evaluated through Alberta Infant Motor Scale (AIMS) and Affordances in the Home Environment for the Motor Development – Infant Scale (AHEMD-IS), before and after three months of remote sessions. Results: There was predominance of male infants. It was observed improvement in AIMS rating, in which 66% of infants with late development dropped to 38%, infants classified as “typical” increased from 22% to 38% in the sample post intervention, having significant results in motor function. In AHEMD-IS, it was observed improvement of the total “excellent” rating, increasing from 50% to 66% of the sample. Regarding the physical space there was not significative result, because the children kept in the same space before and after the intervention, as well as the variety of stimulation and fine and ample motricity toys. The infants that most improved the variety of stimulation according to AHEMD-IS, were the ones that improved sitting score. Conclusion: It was concluded that the early motor intervention done remotely can improve infants motor function, however it was not possible to visualize the capacity of these sessions in improving environmental opportunities in which the infants are inserted.