Memórias da experiência de recenseadora : o que as escolas precisam considerar sobre a vida de uma população periférica
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Data
2024Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Este trabalho aborda o acolhimento, mas também a indiferença e repulsa a uma trabalhadora do IBGE que realizou o Censo 2022, em uma época em que a polarização política estava muito acentuada e a desinformação foi usada como jogo político para confundir e manipular a população. Os relatos, análises e reflexões buscam alternativas para as futuras gerações, considerando como a escola poderia acolher melhor crianças e jovens de baixa renda e como ela também pode ajudar no trabalho de conscientizaçã ...
Este trabalho aborda o acolhimento, mas também a indiferença e repulsa a uma trabalhadora do IBGE que realizou o Censo 2022, em uma época em que a polarização política estava muito acentuada e a desinformação foi usada como jogo político para confundir e manipular a população. Os relatos, análises e reflexões buscam alternativas para as futuras gerações, considerando como a escola poderia acolher melhor crianças e jovens de baixa renda e como ela também pode ajudar no trabalho de conscientização quanto à importância de receber os próximos Censos e recenseadores. Trata-se de uma pesquisa narrativa que se interroga sobre a experiência vivida como recenseadora, um trabalho importante, que visa produzir dados estatísticos sobre a população brasileira, mas que foi realizado com suporte insuficiente. A questão orientadora da pesquisa é: O que da realidade social, pensada a partir da experiência como recenseadora, a escola precisaria saber para melhor acolher os estudantes? E o principal objetivo foi analisar e refletir sobre algumas lembranças do trabalho de recenseadora, buscando atribuir sentido para o testemunho de situações de vida muito precárias. As histórias narradas podem contribuir para o planejamento do trabalho escolar. Esta monografia aborda a precariedade de condições de vida intensificada pela pandemia e descaso do poder público. Trata dos efeitos da desinformação sobre o Censo de 2022, resultado da manipulação política de informações nas redes sociais. Sinaliza que a população mais carente e com menos instrução pode tomar como verdade, a desinformação que circula intencionalmente. A pesquisa também produz reflexões sobre as dificuldades enfrentadas por famílias providas apenas por mulheres sem rede de apoio do estado ou de familiares, com baixa escolarização e que realiza trabalho com contratos precários, sem direitos e também sem tempo para acompanhar a vida escolar de seus filhos. A pesquisa ainda evidencia as dificuldades da população em relação à pergunta sobre autodeclaração étnico-racial em um contexto de desigualdades socioeconômicas mantidas pelo racismo. Aborda o pouco apoio e a desvalorização dos profissionais que executam políticas públicas, como recenseadores que atuam na linha de frente junto à população. Por fim, realiza recomendações para o trabalho escolar de acolhimento aos estudantes e de explicação sobre a importância e os objetivos do Censo pensando que no próximo recenseamento o trabalho possa ser realizado em um ambiente menos hostil e de maior colaboração. ...
Abstract
This work addresses both the reception and the indifference and repulsion towards an IBGE worker who conducted the 2022 Census, at a time when political polarization was very pronounced and misinformation was used as a political tool to confuse and manipulate the population. The accounts, analyses, and reflections seek alternatives for future generations, considering how schools could better welcome children and young people from low-income backgrounds and how they can also help raise awareness ...
This work addresses both the reception and the indifference and repulsion towards an IBGE worker who conducted the 2022 Census, at a time when political polarization was very pronounced and misinformation was used as a political tool to confuse and manipulate the population. The accounts, analyses, and reflections seek alternatives for future generations, considering how schools could better welcome children and young people from low-income backgrounds and how they can also help raise awareness about the importance of participating in future Censuses and supporting census takers. It is a narrative research that questions the lived experience as a census taker, an important job aimed at producing statistical data about the Brazilian population but was carried out with insufficient support. The guiding question of the research is: What aspects of social reality, viewed from the experience as a census taker, does the school need to know in order to better support its students? The main objective was to analyze and reflect on some memories of the census-taking job, seeking to make sense of testimonies of very precarious life situations. The stories told may contribute to schoolwork planning. This monograph addresses the precarious living conditions exacerbated by the pandemic and government neglect. It deals with the effects of misinformation about the 2022 Census, a result of political manipulation of information on social media. It indicates that the most deprived and least educated population may take intentionally circulated misinformation as truth. The research also reflects on the difficulties faced by families solely led by women without support networks from the state or relatives, with low levels of education, and engaged in precarious contractual work, without rights and also without time to support their children's school life. The research also highlights the difficulties faced by the population regarding self-declaration of ethnic-racial identity in a context of socioeconomic inequalities perpetuated by racism. It addresses the lack of support and devaluation of professionals implementing public policies, such as census takers who work on the front lines with the population. Finally, it makes recommendations for school-based initiatives to support students and to explain the importance and objectives of the Census, hoping that in the next census, the work can be carried out in a less hostile and more collaborative environment. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Licenciatura.
Coleções
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TCC Ciências Biológicas (1353)
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