Investigação sobre indicadores de tempos assistenciais para mulheres com idade ≥ 40 anos, diagnosticadas com câncer de mama em um hospital 100% SUS em Porto Alegre, na perspectiva da lei n° 12.732/2012

Abstract

Introdução: No Brasil, observa-se um aumento na mortalidade por câncer de mama, o que pode estar relacionado ao atraso no diagnóstico, atraso nos exames, falta nas consultas e demora nos encaminhamentos para proceder ao tratamento. Objetivo: Investigar indicadores assistenciais de tempo, pautados pela Lei n° 12.732/2012, para mulheres com idade ≥ 40 anos, diagnosticadas com câncer de mama em um hospital 100% SUS em Porto Alegre. Metodologia: Estudo longitudinal descritivo que utilizou um sistema de Registro Hospitalar do Câncer, com mulheres que tiveram sua primeira consulta entre 2012 a 2016. Resultados: As mulheres eram em sua maioria brancas (93,1%) e com escolaridade até o ensino fundamental completo (80,5%). Para 78,1% delas, o tempo entre a primeira consulta e o diagnóstico foi de até 30 dias, e 21,9% tiveram tempo superior a 30 dias. Para 65,7% da amostra, o tempo entre diagnóstico e início de tratamento foi de até 60 dias, e 34,3% tiveram tempo superior a 60 dias. Considerações finais: Verifica-se que não foi possível cumprir os prazos de 30 e 60 dias entre procedimentos assistenciais para todas as mulheres atendidas no serviço. No entanto, apesar dos indicadores de tempo não estarem exatamente nos prazos determinados pela legislação, considera-se satisfatório o percentual de mulheres cujo tempo entre a primeira consulta e o diagnóstico de 30 dias, e baixo o percentual de mulheres cujo tempo entre diagnóstico e início de tratamento foi de 60 dias.

Introduction: In Brazil, there is an increase in mortality from breast cancer, which may be related to delay in diagnosis, delay in exams, lack of consultations, and delay in referrals to proceed with treatment. Objective: To investigate time assistance indicators, guided by Law No. 12,732/2012, for women aged ≥ 40 years diagnosed with breast cancer in a 100% SUS hospital in Porto Alegre. Methodology: Descriptive longitudinal study with data collected in the Hospital Cancer Registry system with women who had their first consultation between 2012 and 2016. Results: The women were primarily white (93.1%) and had completed elementary school (80.5%). For 78.1% of them, the time between the first consultation and the diagnosis was up to 30 days, and 21.9% had a time of more than 30 days. For 65.7% of the sample, the time between diagnosis and initiation of treatment was up to 60 days, and 34.3% had a time greater than 60 days. Final considerations: It was not possible to meet the deadlines of 30 and 60 days between care procedures for all women who attended the service. Despite the time indicators not being exactly within the deadlines determined by the legislation, the percentage of women whose time between the first consultation and the diagnosis of 30 days is considered satisfactory and the percentage of women whose time between diagnosis and initiation was 60 or more days were low.