Crescimento econômico no período militar : os papéis do investimento público e do privado

Abstract

Este estudo se concentra na análise do crescimento econômico durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985), com o objetivo de identificar os anos de maior expansão econômica e examinar a contribuição do Estado e do setor privado para esses resultados. A divergência entre as abordagens econômicas keynesiana e antikeynesiana perpassa a discussão, enriquecendo a análise das políticas implementadas nesse período. Exploraremos as políticas econômicas adotadas durante a ditadura, considerando suas fundamentações teóricas, seja para promover investimentos públicos robustos em infraestrutura ou para defender uma abordagem fiscal mais rigorosa, atribuindo ao setor privado um papel preponderante na condução dos investimentos. O foco do trabalho recai na análise da atuação do setor público na promoção de políticas fiscais flexíveis, com o objetivo de estimular maiores investimentos, especialmente na infraestrutura do país, visando a criação de externalidades positivas que resultem em novos aportes de investimento por parte do setor privado. Outra abordagem que se busca observar é se as políticas de ajustamento Ortodoxas implementadas no período foram capazes de melhorar as expectativas dos agentes privados e do ambiente de negócios de forma que a busca incessante pelo alinhamento das contas públicas veio acompanhadas de maiores investimentos por parte do setor privado na economia brasileira. Os capítulos se desdobram em análises macroeconômicas, políticas adotadas e dados econômicos, culminando em resultados sobre os períodos de crescimento mais expressivo. O papel do Estado e do setor privado nos investimentos é fundamental para compreender o contexto econômico desse período da história brasileira. De forma abrangente, esta investigação almeja discernir quais estratégias econômicas demonstraram maior eficácia na fomentação do crescimento econômico e na impulsão dos investimentos em infraestrutura. Nesse contexto, tanto a ênfase no protagonismo estatal, em que o setor público assume um papel de destaque, quanto a dinâmica na qual o setor privado atua como protagonista, estão sujeitas a uma análise aprofundada.

This study focuses on analyzing the economic growth during the military dictatorship period in Brazil (1964-1985), aiming to identify the years of greatest economic expansion and examine the contribution of the State and the private sector to these outcomes. The clash between Keynesian and anti-Keynesian economic approaches permeates the discourse, enriching the analysis of the policies implemented during this period. We will explore the economic policies adopted during the dictatorship, considering their theoretical foundations, whether to promote robust public investments in infrastructure or to advocate for a stricter fiscal approach, assigning a significant role to the private sector in driving investments. The focal point of this work lies in analyzing the role of the public sector in promoting flexible fiscal policies, in order to highlight greater investments, particularly in the country's infrastructure, with the goal of generating positive externalities and thereby attracting new private investments. Another aspect under scrutiny is whether the Orthodox adjustment policies implemented during this period were capable of enhancing the expectations of private agents and the business environment, such that the relentless pursuit of fiscal alignment was accompanied by increased investments by the private sector in the Brazilian economy. The chapters unfold through macroeconomic analyses, adopted policies, and economic data, culminating in findings about the periods of most significant growth. The roles of the State and the private sector in investments are pivotal for understanding the economic context of this period in Brazilian history. In a comprehensive manner, this investigation seeks to discern which economic strategies demonstrated greater effectiveness in fostering economic growth and propelling investments in infrastructure. In this context, both the emphasis on state protagonism, where the public sector assumes a prominent role, and the dynamics in which the private sector acts as a protagonist, are subjected to thorough analysis.