A "Reforma" do ensino médio pela perspectiva de jovens escolarizados : estudo de caso em uma escola da rede pública estadual em Porto Alegre-RS

Abstract

A “Reforma” do Ensino Médio (Lei n° 13.415, de 16 de fevereiro de 2017) é uma política pública federal e, dentre as alterações que prevê, promove uma série de mudanças curriculares na última etapa da educação básica. Aprovada em 2017 por meio de uma medida provisória, foi e segue sendo altamente contestada em decorrência do seu caráter autoritário e alinhamento com o modelo neoliberal – aspectos quem marcam fortemente outras medidas sancionadas após o Golpe de 2016. À frente dos seus impactos encontram-se, majoritariamente, os jovens estudantes das redes públicas de ensino, e, é nesse contexto, que escola e Geografia Escolar adquirem papeis fundamentais no que tange em aproximar os jovens dessas discussões e incentivar o protagonismo juvenil. Desse modo, o objetivo geral da pesquisa foi investigar como tem se dado a inserção de jovens escolarizados de uma escola da rede pública estadual do RS, na Zona Centro-Sul de Porto Alegre, nas discussões acerca da “Reforma” do Ensino Médio. O referencial teórico compreende três eixos: I) Juventudes Contemporâneas; II) A “Reforma” do Ensino Médio; e III) Os jovens e a Geografia no contexto do “Novo” Ensino Médio. Para alcançar os objetivos foi realizado um grupo focal com cinco jovens participantes do Grêmio Estudantil da escola onde ocorreu a investigação. O grupo teve duração aproximada de 1h30min e foi divido em três momentos: I) Quem são esses jovens?; II) Os jovens e a “Reforma” do Ensino Médio; e III) Os jovens e a Geografia. Para análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo e, devido a questões éticas, instituição e jovens participantes não foram identificados. Quanto aos resultados, pôde-se conhecer quem eram os jovens participantes da pesquisa, incluindo suas percepções acerca do que é ser jovem e como experienciam esse momento da vida. Constatou-se que os participantes estão inseridos “por suas contas” nas discussões acerca da “Reforma” do Ensino Médio, sendo o Grêmio Estudantil um espaço que privilegia essa condição. Além disso, os jovens já relatam os impactos que têm percebido e vivenciado no novo cenário. Suas relações com a Geografia Escolar indicam a necessidade de (re)pensarmos o papel e a relevância desse componente curricular, fazendo com que a luta pelo seu espaço dentro do currículo e da escola tenha sentido.

La “Reforma” de la Secundaria (Ley n° 13.415, del 16 de febrero de 2017) es una política pública federal que, entre los cambios que prevé, promueve una serie de modificaciones curriculares en la última etapa de la educación básica. Aprobada en 2017 a través de una medida provisional, ha sido y sigue siendo ampliamente cuestionada debido a su carácter autoritario y su alineación con el modelo neoliberal – aspectos que marcan fuertemente otras medidas sancionadas después del Golpe de 2016. Enfrentando sus impactos se encuentran principalmente los jóvenes estudiantes de las redes públicas de enseñanza, y, es en este contexto, donde la escuela y la Geografía Escolar adquieren roles fundamentales en lo que respecta a acercar a los jóvenes a estas discusiones e incentivar el protagonismo juvenil. De este modo, el objetivo general de la investigación fue investigar cómo ha sido la inserción de los jóvenes escolarizados de una escuela de la red pública estatal de Rio Grande do Sul, en la Zona Centro-Sur de Porto Alegre, en las discusiones sobre la “Reforma” de la Secundaria. El marco teórico comprende tres ejes: I) Juventudes Contemporáneas; II) La “Reforma” de la Secundaria; y III) Los jóvenes y la Geografía en el contexto de la “Nueva Secundaria”. Para alcanzar los objetivos se realizó un grupo focal con cinco jóvenes participantes del Consejo Estudiantil de la escuela donde ocurrió la investigación. El grupo tuvo una duración aproximada de 1 hora y 30 minutos y se dividió en tres momentos: I) ¿Quiénes son estos jóvenes?; II) Los jóvenes y la “Reforma” de la Secundaria; y III) Los jóvenes y la Geografía. Para el análisis de los datos se utilizó el análisis de contenido y, debido a cuestiones éticas, no se identificó a la institución ni a los jóvenes participantes. En cuanto a los resultados, se pudo conocer quiénes eran los jóvenes participantes de la investigación, incluyendo sus percepciones sobre lo que significa ser joven y cómo experimentan este momento de la vida. Se constató que los participantes están involucrados "por sus propios medios" en las discusiones sobre la “Reforma” de la Secundaria, siendo el Consejo Estudiantil un espacio que privilegia esta condición. Además, los jóvenes ya relatan los impactos que han percibido y experimentado en el nuevo escenario. Sus relaciones con la Geografía Escolar indican la necesidad de (re)pensar el papel y la relevancia de este componente curricular, haciendo que la lucha por su espacio dentro del currículo y la escuela tenga sentido.