Geografias ocultas : intersecções entre as mudanças climáticas e a exclusão social para o ensino de Geografia

Abstract

Este trabalho propõe refletir as conexões entre as mudanças climáticas e as segregações socioespaciais vigentes na sociedade. Com um olhar aplicado sobre as diversas minorias sociais, tem como objetivo elucidar as invisibilidades presentes na ciência geográfica, sobretudo, na Geografia como componente curricular do ensino básico. Ademais, metodologicamente, mapeou-se bibliografias e documentos que serviram como alicerces para a construção dessa pesquisa. Como arcabouço, contextualizou-se a grave crise climática que vivenciamos há anos, bem como as perspectivas futuras do nosso planeta diante das projeções de intensa elevação da temperatura média global. Incorporada a essa problemática, a segregação socioambiental urbana mediou a inserção das minorias sociais no debate, despertando a demasiada vulnerabilidade que esses grupos enfrentam diariamente pela falta de infraestrutura básica, moradias precárias, áreas de risco, dentro outros. Logo, os eventos climáticos extremos decorrentes do aquecimento global agravam as perspectivas de sobrevivência dessa população. Diante disso, documentos midiáticos colaboraram com as análises dessa mazela social e, também, foram balizadores de propostas de ensino para conter essas invisibilidades no ensino. Dessa forma, tenta-se contornar invisibilidades e os reducionismos geográficos para dar notoriedade as desigualdades e, assim, educar alunos pensantes e atentos as Geografias que os cercam.

This work proposes to reflect on the connections between climate change and socio-spatial segregation in society. With an applied look at the various social minorities, it aims to elucidate the invisibilities present in geographic science, especially in Geography as a curricular component of basic education. Furthermore, methodologically, bibliographies and documents that served as foundations for the construction of this research were mapped. As a framework, the serious climate crisis we have been experiencing for years was contextualized, as well as the prospects of our planet in the face of projections of intense elevation of the global average temperature. Incorporated into this problem, urban socio-environmental segregation mediated the insertion of social minorities in the debate, raising the excessive vulnerability that these groups face daily due to the lack of basic infrastructure, precarious housing, risk areas, among others. Therefore, extreme weather events resulting from global warming worsen the survival prospects of this population. In view of this, media documents collaborated with the analysis of this social malaise and served as guidelines for teaching proposals to contain these invisibilities in teaching. In this way, an attempt is made to circumvent invisibilities and geographical reductionisms to give visibility to inequalities and, thus, educate students who are thoughtful and attentive to the geographies that surround them.