Gastar ou controlar? : reeleição de prefeitos e decisões de governo

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo analisar as escolhas entre gasto em política social ou capacidade de controle das contas públicas e se essas demandas influenciam na reeleição de prefeitos. O recorte temporal da pesquisa é entre 2005 a 2016, cobrindo as três eleições municipais no Brasil. A hipótese testada é como a escolha dos gastos varia conforme a ideologia partidária do incumbente municipal. Nesse sentido, espera-se que partidos de esquerda tenham mais gastos sociais, enquanto partidos de direita operem pelos ajustes fiscais. A metodologia adotada consiste em uma análise descritiva dos dados por meio de uma estatística descritiva a partir de um banco de dados com informações fiscais, eleitorais e socioeconômicas dos municípios brasileiros. Os resultados demonstram que há uma relação positiva entre controle fiscal e a reeleição de prefeitos. Foi observado que partidos reeleitos possuem maior gasto do que os partidos não reeleitos; contudo, mesmo gastando mais, os partidos reeleitos possuem maior controle das contas públicas do que os não reeleitos.

This study evaluates the selects between spending on social policy or the ability to control public accounts and whether these demands influence the reelection of mayors. The time frame of the research is between 2005 to 2016, covering the three municipal elections in Brazil. The hypothesis tested is how the importance of these choices varies according to the ideology of the municipal incumbent's party. That way, left-wing parties are expected to work for social spending, while right-wing parties work for fiscal adjustments. The methodology adopted consists of a data’s descriptive statistical analysis from a database with fiscal, electoral, and socioeconomic information on the Brazilian municipalities. The results demonstrate that there is a positive relationship between fiscal control and the reelection of mayors. Reelected parties have higher spending than non-reelected parties. However, even spending more, reelected parties have greater control over public accounts than non-reelected parties.