Ansiedade pré-competitiva : um estudo com atletas de crossfit

Abstract

A ansiedade de Traço pré-competitiva e de Estado, em seus fatores Cognitivo, Somático e Autoconfiança, apresentam efeitos significativos sobre o rendimento dos atletas nas competições. O objetivo do presente estudo foi descrever e analisar a ansiedade pré-competitiva de Traço e Estado de atletas praticantes de CrossFit, verificando as possíveis diferenças no comportamento de ansiedade entre os sexos, tempo de participação competitiva, nível da competição, grupo de idade e categoria competitiva, assim como, associações entre a ansiedade pré-competitiva de Traço e os Fatores de ansiedade Cognitiva, Somática e Autoconfiança. Metodologia: a amostra foi composta de forma voluntária por 104 atletas de CrossFit, 40 (38,5%) do sexo feminino e 64 (61,5%) do sexo masculino, com idades compreendidas entre 18 e 55 (X = 28,88 ± 6,79). Instrumentos: foram coletados os dados demográficos dos sujeitos investigados como: sexo, idade, tempo de prática, categoria; para descrever os níveis de ansiedade de Traço pré-competitiva utilizou-se o teste psicométrico Sport Competition Anxiety Test (SCAT) proposto por Martens (1977) e para avaliar o nível de ansiedade Estado pré-competitivo dos competidores foi aplicado o teste Competition State Anxiety Inventory (CSAI-2) proposto por Martens, Vealey e Burton (1990). Todos os questionários e o TCLE foram apresentados e respondidos pelos atletas durante a participação competitiva. Tratamento estatístico dos dados: utilizou- se a estatística descritiva, referindo os valores de médias e desvios padrão para apresentar os perfis de ansiedade de Traço e Estado, Nas comparações e correlações recorreu-se a estatística inferencial adotando o teste T de Student, o teste de ANOVA do tipo One Way com tratamento Post Hoc de Tukey e para interpretação do tamanho de efeito r e de acordo com Cohen (1988) 0,10 a 0,29 efeitos pequenos; 0,30 a 0,49 efeitos médios e > 0,50 efeitos grandes. Para verificar as correlações optou-se pelo teste de Correlação Parcial - coeficiente de correlação de Pearson. Os dados foram tratados no SPSS V. 25 e o nível de significância mantido em 0,05. Resultados: os atletas de CrossFit apresentam um nível médio tanto na ansiedade pré-competitiva de Traço (X = 22,43 ± 4,44), assim como, nos fatores de ansiedade de Estado Autoconfiança (X = 21,72 ± 5,34), Somático (X = 21,75 ± 2,00), e Cognitivo (X = 19,25 ± 4,93). As mulheres (24,27 ± 4,193) praticantes de CrossFit apresentaram níveis de ansiedade de Traço pré-competitiva maiores que os homens (X = 21,28 ± 4,229), diferenciando-se significativamente t(102) = 3,523; p = 0,00; a variável sexo apresenta um tamanho de efeito médio r = 0,33. No fator autoconfiança foram os atletas do sexo masculino que apresentaram índices médios mais elevados (X = 23,29 ± 5,088) comparados aos das mulheres (X = 19,20 ± 4,783), diferenciando-se estatisticamente t(102) = - 4,086; p = 0,00; evidenciando, também um tamanho de efeito médio da variável sexo r = 0,38. Encontrou-se correlações entra a ansiedade de Traço pré-competitiva e os fatores Autoconfiança (r = - 0,35; p = 0,001) e Cognitivo (r = 0,56; p = 0,001). Conclusões: A variável sexo revelou influência significativa e com tamanho de efeito médio nos níveis de ansiedade de traço pré-competitiva e no fator autoconfiança. As mulheres praticantes de CrossFit apresentaram níveis mais elevados de ansiedade de Traço pré-competitiva enquanto que os homens apresentam maiores valores na autoconfiança, possivelmente influenciado pelo tempo de participação competitiva e pelo domínio da técnica. Com base no estudo podemos concluir que atletas de CrossFit que apresentaram valores mais elevados de ansiedade de Traço pré-competitiva apresentam também índices médios maiores de ansiedade de Estado no fator cognitivo e baixos valores de autoconfiança.

Pre-competitive trait and state anxiety, in their Cognitive, Somatic and Self-Confidence factors, have significant effects on athletes' performance in competitions. The aim of the present study was to describe and analyze the pre-competitive anxiety of Trait and Status of athletes practicing CrossFit, verifying the possible differences in anxiety behavior between the sexes, time of competitive participation, level of competition, age group and category competitive, as well as associations between pre-competitive trait anxiety and the factors of cognitive, somatic and self-confidence anxiety. Methodology: the sample was composed voluntarily by 104 CrossFit athletes, 40 (38.5%) female and 64 (61.5%) male, aged between 18 and 55 (X = 28.88 ± 6.79). Instruments: demographic data of the investigated subjects were collected as: sex, age, time of practice, category; the Competition Competition Anxiety Test (SCAT) psychometric test proposed by Martens (1977) was used to describe the levels of pre-competitive Trait anxiety and the Competition State Anxiety test was applied to assess the level of anxiety of the competitors. Inventory (CSAI-2) proposed by Martens, Vealey and Burton (1990). All questionnaires and the Informed Consent Form were presented and answered by the athletes during competitive participation. Statistical treatment of data: descriptive statistics were used, referring to the values of means and standard deviations to present the anxiety profiles of Trait and State. In comparisons and correlations, inferential statistics was adopted by adopting the Student T test, the test One Way ANOVA with Tukey's Post Hoc treatment and for interpreting the re effect size according to Cohen (1988) 0.10 to 0.29 small effects; 0.30 to 0.49 medium effects and> 0.50 large effects. To check the correlations, we opted for the partial correlation test - Pearson's correlation coefficient. The data were treated using SPSS V. 25 and the significance level was maintained at 0.05. Results: CrossFit athletes have an average level both in Pre-competitive Trait anxiety (X = 22.43 ± 4.44), as well as in the State anxiety factors Self-confidence (X = 21.72 ± 5.34), Somatic (X = 21.75 ± 2.00), and Cognitive (X = 19.25 ± 4.93). Women (24.27 ± 4.193) who practice CrossFit had pre-competitive Trait anxiety levels higher than men (X = 21.28 ± 4.299), significantly differentiating t (102) = 3.523; p = 0.00; the gender variable has an average effect size r = 0.33. In the self-confidence factor, it was male athletes who presented higher average indexes (X = 23.29 ± 5.088) compared to women (X = 19.20 ± 4.783), differing statistically t (102) = - 4.086; p = 0.00; also showing an average effect size of the gender variable r = 0.38. Correlations were found between pre-competitive Trait anxiety and the factors Self-confidence (r = - 0.35; p = 0.001) and Cognitive (r = 0.56; p = 0.001). Conclusions: The gender variable showed a significant influence and had a medium effect size on pre-competitive trait anxiety levels and on the self-confidence factor. Women who practice CrossFit showed higher levels of Pre-competitive Trait anxiety while men have higher values in self-confidence, possibly influenced by the time of competitive participation and the mastery of the technique. Based on the study, we can conclude that CrossFit athletes who presented higher values of pre-competitive Trait anxiety also have higher average rates of state anxiety in the cognitive factor and low values of self-confidence.