Estado nutricional, percepção de competência, rotina de atividades infantil e desempenho motor de crianças de 5 a 7 anos : um estudo descritivo e associativo

Abstract

Objetivo: Este estudo associativo teve como objetivo investigar a associação entre estado nutricional, percepção de competência, rotina de atividades infantil e familiar e o desempenho motor de crianças. Métodos: Participaram do estudo 78 crianças entre 5 e 7 anos de idade, estudantes de escolas públicas de Porto Alegre. As crianças foram avaliadas quanto a estatura e peso para obtenção do Índice de Massa Corporal (IMC); habilidades motoras fundamentais (locomoção e manipulação); percepções de competência (PC); e rotina infantil e familiar (tempo de brincar, tempo de tela, deslocamento para a escola, lugares para brincar, frequência de atividade física dos pais, tipos de atividades) . Resultados: a análise de regressão múltipla multivariada mostrou que o IMC (β = -0.227, p = 0.039), o brincar na rua (β = 0.369, p < 0.001), a atividade física da mãe (β = 0.348, p = 0.002) e do pai (β = 0.228, p = 0.049) explicaram (32%) a variabilidade nos escores de locomoção; enquanto que o andar de bicicleta explicou (20%) a variabilidade nos escores de controle de objetos (β = 0.220, p =0.047). A s percepções de competência não permaneceram no modelo. Conclusões: O ganho em IMC e as atividades de rotina em que a criança se engaja, são determinadas, controladas e encorajadas pelos pais nesta idade. Pais devem ser orientados para a importância desses fatores para a proficiência motora da criança.

Purpose: This associative study has the aim to investigate the association of the nutritional status, perceived competence, children’s daily routine with children’s motor performance. Methods: 78 children from 5 to 7 years old, students of public schools in Porto Alegre-RS, participated in this research. Children were assessed for height and weight to obtain the Body Mass Index (BMI); for fundamental motor skills (locomotion and manipulation); perceived competence (PC); and daily routine ( daily play time, screen time, mobility to school, space to play, parental physical activity frequency and types of activities). Results: multivariate multiple regression analysis showed that BMI (β = -0.227, p = 0.039), playing on the street (β = 0.369, p <0.001), the mother's physical activity (β = 0.348, p = 0.002) and from the father (β = 0.228, p = 0.049) explained (32%) the variability in locomotion scores; while cycling explained (20%) the variability in object control scores (β = 0.220, p = 0.047). Competence perceptions have not remained in the model. Conclusions: The BMI increase and the routine activities in which the child engages are determined, controlled and encouraged by parents at this age. Parents should be guided to the importance of these factors for the child's motor proficiency.