Percepção dos pais sobre compartilhar os cuidados ao filho prematuro na terapia intensiva neonatal

Abstract

O nascimento prematuro é a causa mais frequente de morte neonatal e representa maior risco de complicações de saúde a longo prazo, comprometimento do neurodesenvolvimento e estresse familiar. Em terapia intensiva neonatal, o cuidado parental aparece como uma prática reconhecida como eventual e pouco organizada; com frequencia, as estruturas físicas e organizacionais dessas unidades assistenciais impõem barreiras para acolher e atender a família em suas necessidades. Esse estudo teve como objetivo conhecer a percepção dos pais de recém-nascidos prematuros sobre sua participação nos cuidados intensivos e identificar as atitudes da equipe de saúde que constituem um estímulo ao seu papel parental. Trata-se de uma revisão integrativa, que localizou artigos publicados de 2014 a 2020 nas bases de dados BIREME, CINAHL e PubMed; mediante inclusão de artigos primários completos, disponibilizados em português, espanhol e inglês e exclusão artigos que se afastaram da temática do estudo ou eram de acesso pago. A amostra final do estudo resultou em sete artigos originais. A partir dos resultados surgiram três categorias: “A busca pelo papel parental: lidando com conflitos e estresse”; “Desejo de compreensão e comunicação com a equipe e a inclusão no cuidado”; “Convivendo com a impotência e a dificuldade de interação”. A oportunidade de exercer a parentalidade de maneira segura e orientada facilita interações colaborativas entre família e equipe, e reduz o sofrimento emocional dos pais. Intervenções de apoio educacionais e psicossociais e o método Cuidado Centrado na Família foram reconhecidas pelos pais como estratégias que os capacitaram para cuidar do filho e fortaleceram seu vínculo com o bebê.

Premature birth is the most frequent cause of neonatal death and represents a greater risk of long-term health complications, impairment of neurodevelopment and family stress. In neonatal intensive care, parental care appears as a practice recognized as occasional and poorly organized; often, the physical and organizational structures of these care units impose barriers to welcome and meet the family's needs. This study aimed to know the perception of parents of premature newborns about their participation in intensive care and to identify the attitudes of the health team that constitute a stimulus to their parental role. It is an integrative review, which found articles published from 2014 to 2020 in the BIREME, CINAHL and PubMed databases; by including complete primary articles available in Portuguese, Spanish and English and excluding articles that deviated from the study theme or paid access. The final sample of the study resulted in seven original articles. From the results, three categories emerged: "The search for the parental role: dealing with conflicts and stress"; “Desire for understanding and communication with the team and inclusion in care”; "Living with impotence and difficult interaction". The opportunity to exercise parenting in a safe and targeted manner facilitates collaborative interactions between family and staff, and reduces parents' emotional distress. Educational and psychosocial support interventions and the Family Centered Care method were recognized by parents as strategies that enabled them to take care of their child and strengthened their bond with the baby.