Análise do padrão de crescimento e invasão de ameloblastomas : relato de uma série de casos clínicos

Abstract

O ameloblastoma é uma neoplasia odontogênica benigna de crescimento lento e origem incerta, classificado de acordo com a OMS de 2017 em ameloblastoma, ameloblastoma unicístico e ameloblastoma periférico ou extraósseo. Radiograficamente, é possível observar uma lesão radiolúcida multilocular, que é descrita na literatura com um aspecto de bolha de sabão ou de favo de mel. Histopatologicamente, o ameloblastoma apresenta-se de diferentes formas histológicas: folicular, plexiforme, acantomatoso, granular, basalóide e desmoplásico, sendo o folicular sua característica histopatológica mais comum. Em relação ao tratamento desse tipo de tumor odontogênico é indicada uma ampla excisão cirúrgica, incluindo uma área de osso além das margens radiográficas. Quando o ameloblastoma ocorre na região posterior de mandíbula, o nervo alveolar inferior (NAI) geralmente fica adjacente ou contido dentro do tumor. Nesses casos, discute-se a preservação ou ressecção do nervo. Visto que poucos são os estudos que avaliaram o NAI após a intervenção cirúrgica, o objetivo deste trabalho é relatar uma série de casos de pacientes tratados cirurgicamente para ameloblastoma mandibular e a relação do nervo alveolar inferior com essa patologia. Foram analisadas radiograficamente e histologicamente três peças cirúrgias removidas (hemimandíbulas). Observou-se em um dos casos relatados a proximidade do nervo alveolar inferior com o ameloblastoma, porém ausência de infiltração. Nos demais casos não se observou relação entre a estrutura nervosa e a lesão. Conclui-se através da análise dos casos relatados que o ameloblastoma não possuiu uma relação direta com o nervo alveolar inferior, exceto em um dos casos que visualizou-se proximidade entre as estruturas, porém sem presença de infiltração no nervo alveolar inferior. Apesar da ausência de infiltração ameloblástica no nervo alveolar inferior, não há motivos para a preservação desta estrutura, visto que há uma limitação no número de estudos na literatura e não há consenso quanto a conduta de tratamento

Ameloblastoma is a benign odontogenic neoplasm, of slow growth, classified in ameloblastoma, unicystic ameloblastoma, and peripheral or extraosseous ameloblastoma according to WHO in 2017. Radiographically, it is possible to observe a multilocular radiolucent lesion, which is described in the literature with a soap bubble or honeycomb appearance. Histopathologically, ameloblastoma presents different histological forms: follicular, plexiform, acanthomatous, granular, basaloid and desmoplastic, and follicular is the most common histopathological characteristic. Regarding the type of odontogenic tumor measurement, there is a series of surgical excision, including an area of bone beyond the radiographic margins. When ameloblastoma occurs in the posterior region of the mandible, the inferior alveolar nerve (NAI) usually remains adjacent or contained within the tumor. In these cases, a preservation or resection of the nerve is discussed. The purpose of this study is to report a series of cases of patients with surgery for mandibular ameloblastoma and a relation of the inferior alveolar nerve with this pathology. Three surgically removed (hemimandibular) parts were analyzed radiographically and histologically. It was observed that the cases reported a relation of the inferior alveolar nerve with ameloblastoma, but absence of infiltration. In the others the inspections are not adequate between a nervous structure and an injury. It is concluded through the analysis of the reported cases that ameloblastoma did not have a direct relation with the inferior alveolar nerve, except in the cases that visualize between structures, but without presence of infiltration in the inferior alveolar nerve. Despite the absence of ameloblastic infiltration in the inferior alveolar nerve, there is no reason for the existence of this structure, since there is a limitation in the number of studies in the literature and there is no consensus regarding a treatment course.