O estágio supervisionado no curso de Serviço Social da UFRGS : a percepção dos acadêmicos

Abstract

Este trabalho versa sobre a percepção dos estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sobre o Estágio Obrigatório Supervisionado em Serviço Social e tem por objetivo colocar em debate o processo de estágio supervisionado, seus limites e potencialidades, para que este processo tão fundamental tenha maior visibilidade dos caminhos percorridos e os que necessitam de resistência. No primeiro capítulo, resgatou-se o histórico da formação profissional e do estágio supervisionado no Brasil, em instituições públicas e na UFRGS, com enfoque na Política de Estágio Supervisionado em Serviço Social da UFRGS. No segundo capítulo, trouxe o resultado de pesquisa qualitativa realizada com 15 estudantes do curso de Serviço Social da UFRGS, na qual se identificou que as características gerais dos estudantes são mulheres que atuam nas políticas de saúde, assistência social e no campo sócio-jurídico; que a concepção de estágio dos acadêmicos é distinta - uns concebem como processo de formação, outros como trabalho, e, ainda há aqueles que não conseguem estabelecer um conceito. Evidenciou-se também que a operacionalização do estágio vem perdendo seu caráter processual, cooptada pelo imediatismo do trabalho, uma das requisições do sistema capitalista. Em relação à supervisão direta, entendeu-se que esta ainda tem um vasto potencial a ser explorado, embora em muitos casos já se efetive. Por fim, foram elencadas diversas estratégias que os alunos consideraram importantes para a qualificação do processo de formação. O último capítulo traz a experiência de estágio da autora no Programa de Proteção à Criança do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Nas considerações finais, explicitou-se o processo de estágio como elemento-chave para a formação profissional e, devido à sua centralidade, a necessidade de percebê-lo no movimento do cotidiano para qualificá-lo.