O fazer-se da escritora no século XIX : o caso de Elizabeth Gaskell e William Rathbone Greg

Abstract

O presente trabalho possui o objetivo primordial de pensar os espaços possíveis para autores na primeira metade do século XIX a partir da análise de uma crítica de William Rathbone Greg a Mary Barton, romance de estreia de Elizabeth Gaskell, feita em 1849 - bem como a resposta desta, feita através de uma carta à esposa de Greg. Se argumenta que ambos os autores, embora de origens semelhantes, construíram percepções de mundo diferentes a partir de suas trajetórias; tais visões entram em conflito quando Gaskell - mulher e romancista - consegue ampliar linguagem e percepções com Mary Barton, desviando do esperado de alguém de sua posição social. Se atenta, também, para a capacidade de Gaskell transitar entre o público e o privado a partir de meios específicos, como a correspondência.

The present work has the primary objective of thinking about the possible spaces for authors in the first half of the 19th century, based on the analysis of a 1849 critique by William Rathbone Greg to Mary Barton, Elizabeth Gaskell’s debut novel - as well as Gaskell’s answer, done through a letter to Greg's wife. It is argued that both authors, although from similar origins, built different perceptions of the world based on their trajectories; such views come into conflict when Gaskell – woman and novelist – manages to expand language and perceptions with Mary Barton, deviating from what was expected of someone of her social position. Attention is also paid to Gaskell's ability to move between public and private through specific means, such as correspondence.