Efeito de um dentifrício fluoretado contendo arginina na inibição da desmineralização dental e na composição microbiana do biofilme dental formado in situ sob alto desafio cariogênico
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Data
2016Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Outro título
Effect of fluoridated dentifrice containing arginine on the inhibition of enamel demineralization and on the microbial composition of dental biofilm formed in situ under high cariogenic challenge
Assunto
Resumo
A cárie dentária é uma doença biofilme-açúcar dependente. É bem sabido que o uso de dentifrício fluoretado (DF) tem sido considerado como um dos principais fatores responsáveis pelo declínio da cárie dental no mundo. Estudos recentes têm sugerido, porém, que a modulação das quedas de pH do biofilme também é igualmente importante no controle dessa doença, condição atribuída à atividade argininolítica ou ureolítica dos microrganismos do biofilme dental. Nesse contexto, arginina tem sido adicionad ...
A cárie dentária é uma doença biofilme-açúcar dependente. É bem sabido que o uso de dentifrício fluoretado (DF) tem sido considerado como um dos principais fatores responsáveis pelo declínio da cárie dental no mundo. Estudos recentes têm sugerido, porém, que a modulação das quedas de pH do biofilme também é igualmente importante no controle dessa doença, condição atribuída à atividade argininolítica ou ureolítica dos microrganismos do biofilme dental. Nesse contexto, arginina tem sido adicionada ao dentifrício fluoretado para que, além do controle do processo de des/remineralização promovidos pelo fluoreto, também haja controle do pH do biofilme através de sua metabolização por microrganismos arginolíticos. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de um dentifrício fluoretado contendo arginina (DFA) na inibição da desmineralização dental e na composição microbiana do biofilme formado sob alto desafio cariogênico em comparação ao DF convencional sem arginina por meio de um estudo in situ. Numa primeira fase experimental, 14 voluntários adultos que regularmente faziam uso de DF utilizaram dispositivo intra-oral palatino contendo blocos de esmalte dental bovino hígidos e com dureza de superfície previamente determinada. Esses blocos de esmalte foram recobertos por uma tela plástica para permitir acúmulo de biofilme sobre suas superfícies. Solução de sacarose 20% foi gotejada sobre esses blocos dentais 8x/dia durante 14 dias, e suspensão de dentifrício fluoretado convencional foi gotejada sobre os blocos 3x/dia. Após o término da primeira fase experimental, os mesmos voluntários utilizaram DFA por um período de 2 meses. Após esse período, esses voluntários usaram novamente um dispositivo intra-oral palatino contendo blocos de esmalte bovino hígido, sobre os quais foi gotejada solução de sacarose 20% 8x/dia durante 14 dias. Suspensão de DFA foi gotejada sobre os blocos 3x/dia. Ao final das fases experimentais, os biofilmes formados sobre os blocos foram coletados para determinação da biomassa, contagens de microrganismos totais (MT) e de estreptococos totais (ET), porcentagem de estreptococos do grupo mutans (SM) em relação à estreptococos totais (ET) (%SM/ET) e porcentagem de lactobacilos (LB) em relação à microrganismos totais (%LB/MT). Nos blocos de esmalte dental determinou-se a porcentagem de perda de dureza de superfície (%PDS) em cada uma das condições analisadas. Os dados de contagem de microrganismos foram transformados em Log e expressos em contagem de unidades formadoras de colônia/mL (CFU/mL). Comparações entre os tratamentos foram realizadas por meio de teste t ou de Mann-Whitney ao nível de significância de 5%. Não houve diferença estatística na comparação entre os diferentes dentifrícios para cada variável de resposta avaliada neste estudo (média ± ep): DF (biomassa: 126,3 ± 22,5; MT: 6,44 ± 5,95; ET: 6,32 ± 5,80 %SM/ET: 0,149 ± 0,152; %LB/MT: 10,63 ± 2,51; %PDS: -36,6 ± 4,6) e DFA (biomassa: 154,7 ± 22,5; MT: 6,44 ± 6,09; ET: 5,74 ± 5,20; %SM/ET: 0,212 ± 0,166; %LB/MT: 10,32 ± 3,90; %PDS: -37,4 ± 3,3). Os resultados sugerem que DFA não promove benefício em termos de redução de desmineralização nem altera contagem de microrganismos no biofilme dental formado sob alto desafio cariogênico. ...
Abstract
Tooth decay is a biofilm-sugar-dependent disease. It is well known that the use of fluoridated dentifrice (FD) has been considered as one of the main factors responsible for its decline worldwide. Recent studies have suggested that the modulation of biofilm pH falls is also equally important in the control of this disease, a condition attributed to arginolytic or ureolytic activity of the biofilm microorganisms. In this context, arginine has been added to the dentifrice that, beyond the control ...
Tooth decay is a biofilm-sugar-dependent disease. It is well known that the use of fluoridated dentifrice (FD) has been considered as one of the main factors responsible for its decline worldwide. Recent studies have suggested that the modulation of biofilm pH falls is also equally important in the control of this disease, a condition attributed to arginolytic or ureolytic activity of the biofilm microorganisms. In this context, arginine has been added to the dentifrice that, beyond the control of the process of de / remineralization promoted by fluoride, there is also the biofilm pH control through its metabolism by arginolytic microorganisms. Thus, the aim of this study was to evaluate the effect of a fluoridated dentifrice containing arginine (FDA) in inhibiting dental demineralization and on the microbial composition of the biofilm formed under high cariogenic challenge compared to conventional FD without arginine through an in situ study. In a first experimental phase, 14 adult volunteers who regularly made use of FD used palatine intraoral device containing sound bovine dental enamel blocks with known surface hardness. These enamel blocks were covered with a plastic mesh to allow biofilm accumulation on their surfaces. 20% sucrose solution was dropped on enamel blocks 8x / day for 14 days, and FD slurry was dripped onto the blocks 3x/day. After the first experimental phase, the same volunteers used FDA for a period of 2 months. After this period, these volunteers wore an intraoral palatal appliance again containing another set of sound bovine dental enamel blocks with known surface hardness, on which 20% sucrose solution was also dropped 8x/day for 14 days. FDA suspension was also dripped onto the blocks 3x/day. At the end of the experimental phase, dental biofilm was collected for determination of biomass, total microorganism counts (TM) and total streptococci (TS), mutans streptococci percentage (MS) in relation to the total streptococci (TS ) (% SM / ET) and percentage of lactobacilli (LB) relative to total microorganisms (% LB / TM). The percentage of surface hardness loss (% SHL) was determined on the enamel blocks. Microorganisms count data were transformed into log and counts were expressed in colony forming units/ml (CFU/ml). Comparisons between treatments were performed by t-test or Mann-Whitney test at 5% significance level. There was no statistical difference in the comparison between the different dentifrice for each response variable assessed in this study (mean ± SE): FD (biomass: 126.3 ± 22.5; TM: 6.44 ± 5.95; TS: 6, 32 ± 5.80% SM / TS: 0.149 ± 0.152;% LB / TM: 10.63 ± 2.51;% SHL: -36.6 ± 4.6) and FDA (biomass: 154.7 ± 22, 5: TM: 6.44 ± 6.09; TS: 5.74 ± 5.20;% SM / TS: 0.212 ± 0.166% LB / TM: 10.32 ± 3.90;% SHL: -37, 4 ± 3.3). The results suggest that DFA does not promote any additional benefit on the inhibition of enamel demineralization not on microbial composition of biofilms formed under high cariogenic challenge. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Odontologia. Curso de Odontologia.
Coleções
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TCC Odontologia (961)
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