A importância da retórica na formação de estudantes do curso de Administração da UFRGS

Abstract

A pesquisa desenvolvida neste trabalho buscou entender qual é a importância dada pelos alunos da graduação em administração da UFRGS - tanto aqueles atualmente egressos quanto aqueles recém-formados - ao uso da retórica para a prática administrativa. Da mesma forma, tentou-se compreender o grau de influência que a graduação teve ou tem no desenvolvimento desta retórica. Como referencial teórico, foram utilizados principalmente três autores. Primeiramente, em uma visão mais "inicial" do tema, fez-se presente a noção aristotélica de dialética - bem como as propostas de outros pensadores gregos como Platão e os sofistas. Posteriormente, foram apresentadas as ideias de Arthur Schopenhauer através da exposição dos 38 estratagemas elencados pelo filósofo polonês. Por fim, em uma visão mais contemporânea, John Austin, com a sua teoria dos atos de fala, surgiu para completar a linha do tempo dos pensadores que discursaram acerca do tema da retórica. Para a elaboração do questionário que serviu de base de dados para o trabalho, foram elencados 30 atributos retóricos - cuja importância para a prática administrativa e a influência em seu desenvolvimento por parte da graduação foram avaliadas pelos respondentes. Formada essa base, foram delineadas diversas relações e apontamentos julgados pertinentes. Por fim, concluiu-se que a graduação em administração da UFRGS, em sua maior parte, atende as necessidades dos estudantes na medida em que ela desenvolve principalmente aqueles atributos julgados como importantes. Apesar disso, surgiu o questionamento se os estudantes de fato entendem o que é retórica, já que atributos relacionados à persuasão e a "arte de ter razão" tiverem baixas pontuações de importância.

The research developed in this paper sought to understand the importance given by undergraduate students of business at UFRGS - both those who are still in the course and those who have recently graduated - to the use of rhetoric in the administrative practice. Likewise, we tried to comprehend the level of influence that the course had or has on the development of this rhetoric. As a theoretical reference, we used mainly three authors. Firstly, in an "initial" view of the theme, the Aristotelian notion of dialectics was presented - as well as the proposals of other Greek thinkers such as Plato and the sophists. Later on, Arthur Schopenhauer's ideas were presented through the exposition of the 38 stratagems listed by the polish philosopher. Finally, in a more contemporary view, John Austin, with his theory of speech acts, completed the timeline of thinkers who spoke about the theme of rhetoric. To prepare the questionnaire that served as a database for the paper, 30 rhetorical attributes were listed - as well as their importance for administrative practice and influence on their development by graduation were evaluated by the respondents. Once this database was formed, several pertinent relationships and notes were delineated. Finally, it was concluded that the undergraduate course in administration at UFRGS, for the most part, meets the needs of students as it develops mainly those attributes judged as important. Despite this, the question arose as to whether the students in fact understand what rhetoric is, since attributes related to persuasion and the "art of being right" had low scores of importance.