Extensão universitária : os desafios da curricularização no curso de Administração Pública e Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Abstract

Este trabalho analisa o processo de construção da proposta de curricularização da extensão no curso de Administração Pública e Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e busca entender de que forma as características dos estudantes do curso de Administração Pública e Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e as percepções que eles e o corpo docente têm sobre a extensão universitária contribuem ou dificultam as possibilidades de construção e implementação de uma proposta de curricularização da extensão que qualifique sua indissociabilidade com o ensino e a pesquisa. Trata-se de uma pesquisa exploratória com uma abordagem qualitativa e com um referencial teórico que aborda o histórico e as concepções da extensão universitária, as crises da Universidade Pública, as diretrizes para a extensão universitária e a constitucionalidade da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão. O referencial trata ainda sobre o processo de institucionalização da curricularização da extensão, suas normas e prazos para a implementação, e como a extensão universitária se dá no campo de públicas. Do ponto de vista metodológico, além do levantamento de informações secundárias, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e questionários aplicados a professores e estudantes do curso, para conhecer seu perfil e suas percepções da extensão. Como resultado, o trabalho mostrou que, apesar do fato de um curso noturno trazer dificuldades no processo de implementação da extensão no currículo do curso de Administração Pública e Social da UFRGS, existem, outros elementos significativos relacionados com a percepção e a valorização da extensão. De fato, a pesquisa indica que a inserção da extensão no currículo do curso não é apenas condicionada pelos problemas decorrentes da composição majoritária de alunos trabalhadores, mas também pelo pouco contato que eles têm com a extensão, e por uma visão e uma prática docente e institucional que, mesmo com uma apreciação positiva da extensão, não a integra efetivamente como parte indissociável junto ao ensino e à pesquisa.

This paper analyzes the process of construction of the proposal for curricularization of the extension in the course of Public and Social Administration at the Federal University of Rio Grande do Sul and seeks to understand how the characteristics of the students of the course of Public and Social Administration at the Federal University of Rio Grande do Sul and the perceptions that they and the faculty have about university extension contribute to or hinder the possibilities of construction and implementation of a proposal for curricularization of extension that qualifies its indissociability with teaching and research. This is an exploratory research with a qualitative approach and with a theoretical framework that addresses the history and conceptions of university extension, the crises of the Public University, the guidelines for university extension and the constitutionality of the indissociability between teaching, research and extension. The referential also deals with the process of institutionalization of the curricularization of the extension, its norms and deadlines for implementation, and how the university extension takes place in the public field. From the methodological point of view, besides the survey of secondary information, semi-structured interviews were carried out and questionnaires were applied to teachers and students of the course, to know their profile and their perceptions of extension. As a result, the work showed that, despite the fact that an evening course brings difficulties in the process of implementing extension in the curriculum of the Public and Social Administration course at UFRGS, there are other significant elements related to the perception and appreciation of extension. In fact, the research indicates that the insertion of extension in the course curriculum is not only conditioned by the problems arising from the majority composition of working students, but also by the little contact they have with extension, and by a vision and a teaching and institutional practice that, even with a positive appreciation of extension, does not effectively integrate it as an inseparable part together with teaching and research.