Avaliação quantitativa do osso hioide em tomografia computadorizada de feixe cônico como método de determinação do sexo em adultos : estudo piloto

Abstract

O presente estudo teve por objetivo, a partir da análise de imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) de indivíduos adultos com classes esqueléticas I, II e III, verificar se mensurações do osso hioide e de sua relação com o crânio expressam diferenças relacionadas ao dimorfismo. Trata-se de estudo observacional, transversal e retrospectivo, com amostra censitária de conveniência (n=200). Os dados foram obtidos a partir de um arquivo de exames. Os volumes de TCFC foram alinhados de forma padronizada e um examinador treinado e calibrado analisou dezoito dimensões utilizando o software Dolphin Imaging & Management Solutions. Nove das dezoito variáveis apresentaram reprodutibilidade excelente (valores maiores que 0,90) ou boa (entre 0,75 e 0,9), seis moderada (de 0,5 a 0,75) e três ruim (valores menores de 0,5) (teste de correlação intraclasse). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os sexos em relação à proporção das classes esqueléticas (Qui-quadrado, p=0,1669), evidenciando que a distribuição da amostra foi equilibrada. O teste Kruskal-Wallis não confirmou que a classe esquelética tenha grande impacto sobre as mensurações. Quando comparados os sexos por tipo esquelético, as dimensões anteroposteriores e látero-laterais foram consistentemente maiores nos homens. As mensurações das sincondroses não apresentaram dimorfismo significativo. Os dados obtidos no presente estudo estão sendo utilizados na construção de uma fórmula para avaliação de dimorfismo sexual por meio de imagens de TCFC do osso hioide. Conclui-se que existe um significativo dimorfismo do osso hioide, com pequeno impacto da classe esquelética. As mensurações foram, em sua maioria, significativamente maiores para os homens que para as mulheres.

This study aimed, based on the analysis of cone beam computed tomography (CBCT) images of adult individuals with skeletal classes I, II and III, to verify whether measurements of the hyoid bone and its relationship with the skull express differences related to the dimorphism. This is an observational, cross-sectional and retrospective study, with a convenience census sample (n = 200). The data were obtained from an exam file. The TCFC volumes were aligned in a standardized way and a trained and calibrated examiner analyzed eighteen dimensions using the Dolphin Imaging & Management Solutions software. Nine of the eighteen variables showed excellent reproducibility (values greater than 0.90) or good (between 0.75 and 0.9), six moderate (from 0.5 to 0.75) and three poor (values less than 0.5) (intraclass correlation test). There were no statistically significant differences between genders concerning the proportion of skeletal classes (Chi-square, p = 0.1669), showing that the sample distribution was balanced. The Kruskal-Wallis test did not confirm that the skeletal class has a major impact on measurements. When comparing the sexes by skeletal type, the anteroposterior and latero-lateral dimensions were consistently greater in men. Measurements of synchondroses did not show significant dimorphism. The data obtained in the present study are being used to construct a formula for the evaluation of sexual dimorphism through CBCT images of the hyoid bone. It is concluded that there is a significant dimorphism of the hyoid bone, with little impact from the skeletal class. For the most part, the measurements were significantly higher for men than for women.