Aspectos epidemiológicos e parasitários em situação de vulnerabilidade social em Porto Alegre-RS

Abstract

Pessoas em situação de vulnerabilidade estão expostas a condições precárias de higiene, moradia, alimentação e acesso ao saneamento básico, o que aumenta o risco de doenças como as parasitoses intestinais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de enteroparasitoses e relacionar a infecção com dados sociodemográficos. Foi conduzido um estudo transversal com alunos em situação de vulnerabilidade, regularmente matriculados em uma escola pública de Porto Alegre-RS. 27 participantes responderam um questionário com informações sociodemográficas e aspectos clínicos; destes, 14 coletaram amostras fecais, que foram analisadas pelo método de sedimentação espontânea em água descrita por Hoffman, Pons e Janner (1934). A análise das amostras de fezes revelou que aproximadamente 50% dos alunos estavam infectados com um ou mais parasitos. Os protozoários foram mais predominantes em relação aos helmintos. A maioria dos homens obteve resultados negativos para enteroparasitas, e indivíduos com média de 29,4 anos de idade obtiveram mais resultados positivos. A alta prevalência de parasitoses intestinais verificada em pessoas em situação de rua revela sua importância epidemiológica e clínica para o planejamento de ações prioritárias em saúde pública.

Vulnerable people are exposed to precarious conditions of hygiene, housing, food and access to basic sanitation, which increases the risk of diseases such as intestinal parasites. The goal of this project was to evaluate the prevalence of intestinal parasites and correlate the infection with sociodemographic data. A cross-sectional study was conducted with vulnerable students, who were studying in a public school in Porto Alegre-RS. 27 participants answered a questionnaire with socio demographic information and clinical aspects; 14 of them collected fecal samples, which were analyzed using the spontaneous sedimentation in water method described by Hoffman, Pons and Janner (1934). The analysis of the samples revealed that about 50% of the students were infected with one or more parasites. Protozoa were more prevalent than helminths. Most men obtained negative results for endoparasites, and individuals with an average age of 29,4 years obtained more positive results. The high prevalence of intestinal parasitoses observed in homeless people reveals its epidemiological and clinical importance for planning priority actions in public health.